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A Guerra do Iraque teve início em 2003 com a invasão de uma coalizão de forças internacionais, lideradas pelos EUA e pela Inglaterra | Romeo Gacad/AFP
A Guerra do Iraque teve início em 2003 com a invasão de uma coalizão de forças internacionais, lideradas pelos EUA e pela Inglaterra| Foto: Romeo Gacad/AFP

Os Estados Unidos omitiram a existência de pelo menos seis soldados feridos por armas químicas abandonadas ou escondidas pelo regime de Saddam Hussein durante a Guerra do Iraque (2003-2011), revelou investigação publicada nesta quarta-feira pelo jornal "The New York Times".

"Durante esses anos, tropas americanas e iraquianas encontraram repetidamente armas químicas abandonadas e, em várias ocasiões, os soldados ficaram feridos", garante a reportagem.

No total, os soldados dos EUA encontraram cerca de 5 mil armas químicas, entre projéteis e bombas que seriam usadas em aviões, disseram 12 pessoas e documentos do governo obtidos pelo jornal.

"Os EUA tinham ido à guerra declarando que deveriam acabar com as armas de destruição em massa ativas. No entanto, os soldados americanos foram encontrando e sendo vítimas dos restos de programas abandonados há muito tempo, construídos com estreita colaboração do Ocidente", afirma o jornal.

Segundo o "The New York Times", as armas eram sobras de um programa iraquiano lançado nos anos 80 durante a guerra Iraque-Irã (1980-1988), e fabricadas antes de 1991. O jornal diz ter encontrado 17 oficiais americanos e outros sete policiais iraquianos expostos a gás mostarda e gás nervoso após 2003. O número é ligeiramente superior aos dados oficiais, segundo afirmaram as fontes, embora essa informação seja considerada como confidencial.

Outro lado

De acordo com o jornal, o Pentágono não quis se pronunciar sobre o conteúdo da reportagem. "Os segredos do governo, afirmam as vítimas e participantes, impediu que os soldados recebessem uma informação médica adequada e o reconhecimento oficial por seus ferimentos", indica o "The New York Times".

"Essas revelações são motivo de preocupação agora que o Estado Islâmico controla boa parte do território onde foram encontradas essas armas", conclui.

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