Uma investigação federal nos Estados Unidos sobre a Agência de Previdência Social revela que a instituição pagou U$ 20,2 milhões em benefícios para mais de 130 suspeitos de crimes de guerra nazistas, guardas da SS - a tropa do governo de Adolph Hitler - e outras pessoas que podem ter participado das atrocidades cometidas durante a Segunda Guerra Mundial.
O relatório, obtido pela Associated Press e que será divulgado publicamente nesta semana, usou dados processados por computador e outras informações internas da agência para chegar ao número total de suspeitos de nazismo que receberam benefícios e a quantidade de dólares pagos. No ano passado, a administração da Previdência Social se recusou a revelar os números para a Associated Press, que produziu matéria que levou à investigação.
Os valores gastos são muito superiores ao que foi previamente estimado e ocorreram entre fevereiro de 1962 e janeiro de 2015, quando uma nova lei chamada “Não à Previdência Social para Nazistas” foi sancionada e acabou com o pagamento de aposentadoria para quatro beneficiários. O relatório não inclui o nome de nenhum suspeito de nazismo que recebeu os benefícios.
A grande quantidade de benefícios e a sua duração demonstram como a população norte-americana não estava ciente do fluxo de nazistas nos Estados Unidos, com as estimativas chegando a 10.000 pessoas. Muitos mentiram sobre seu passado para entrar no país e tornaram-se cidadãos norte-americanos, conseguiram empregos e nunca falaram sobre o que fizeram durante a guerra.
A representante do partido Democrata, Carolyn Maloney, pediu que a administração da Previdência Social investigasse a fundo os pagamentos após uma reportagem publicada pela Associated Press em outubro do ano passado. No sábado, Maloney afirmou que o relatório mostrava que 133 suspeitos e confirmados nazistas trabalharam para esconder suas verdadeiras identidades do governo norte-americano.
“Nós devemos continuar trabalhando para lembrar a tragédia do Holocausto e culpar os responsáveis pelos atos”, disse a Democrata. “Uma maneira de fazer isso é divulgar a maior quantidade de informações possível para o público. Esperamos que esse relatório nos forneça alguma clareza”, comentou.
A Associated Press revelou que o Departamento de Justiça dos EUA usou uma brecha na lei para persuadir suspeitos de nazismo a sair do país em troca de benefícios da Previdência Social. Se eles concordassem em sair voluntariamente antes de serem deportados eles poderiam manter os benefícios. O Departamento de Justiça negou usar os pagamentos como uma maneira de expulsar nazistas. Fonte: Associated Press.
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