Os Estados Unidos pediram ajuda à China para conter os supostos ciberataques da Coreia do Norte, após a invasão de hackers a dados da Sony Pictures, segundo confirmou neste domingo um funcionário da Casa Branca à Agência Efe.
"Discutimos este assunto com a China para compartilhar informação, expressar nossa preocupação com este ataque e pedir sua cooperação", indicou o funcionário, que pediu anonimato.
A segurança virtual é uma questão que costuma ser tratada por ambos os países no Diálogo Econômico e Estratégico mantido periodicamente através do Grupo de Trabalho Cibernético Chinês-Americano.
"Em nossas discussões de segurança virtual, tanto a China como os Estados Unidos expressaram que a realização de ataques destrutivos no ciberespaço está fora das normas de comportamento cibernético apropriado", afirmou o funcionário.
O pedido dos Estados Unidos coloca a China em situação complicada já que, embora ambos colaborem em temas de segurança virtual e terrorismo, Pequim e Pyongyang são aliados.
A China rompeu o diálogo em matéria de segurança cibernética este ano após os Estados Unidos apresentarem acusações contra cinco militares chineses por suposta espionagem. Mas, embora os militares tenham rejeitado voltar às negociações, o Ministério das Relações Exteriores chinês busca um jeito de trabalhar com o governo americano neste aspecto.
Segundo o "Washington Post", funcionários do governo americano pediram à embaixada chinesa em Washington, em um encontro na quinta-feira, para que bloqueassem o acesso da Coreia do Norte aos direcionadores e servidores com sede na China.
O objetivo era obstruir o acesso dos hackers norte-coreanos que vivem na China e pressionar o regime de Kim Jong-un para acabar sua ofensiva contra empresas americanas, já que a maioria do tráfego de telecomunicações da Coreia do Norte passa pela China.
Os Estados Unidos acusam a Coreia do Norte de estar por trás do ciberataque contra a Sony Pictures, que culminou o cancelamento da estreia do filme "A Entrevista", uma comédia sobre um complô fictício para assassinar o líder norte-coreano Kim Jong-un.
A Coreia do Norte negou qualquer envolvimento no ciberataque e propôs aos Estados Unidos uma investigação conjunta ou, caso contrário, alertou para "graves consequências". O governo americano mantém as acusações e o presidente Barack Obama afirmou que haverá uma "resposta proporcional" ao ataque.