MIAMI - Os EUA pediram desculpas nesta terça-feira aos sobreviventes húngaros do Holocausto cujos bens foram roubados por soldados americanos ao fim da Segunda Guerra Mundial, depois que os Aliados roubaram o que ficou conhecido como o "Trem de Ouro".
Washington já havia firmado um acordo de US$ 25,5 milhões com judeus idosos a respeito do carregamento de ouro, obras de arte e outras propriedades saqueadas pelos nazistas e depois apropriadas pelas Forças Armadas americanas.
A maior parte dos bens foi leiloada para pagar programas de ajuda a refugiados do pós-guerra e parte deles foi mantido por militares dos EUA, que os colocaram em seus escritórios ou os guardaram como souvenir.
No pedido de desculpas divulgado pelo Departamento de Justiça, o governo americano reconheceu que militares dos EUA não devolveram itens requisitados como máquinas de escrever, tapetes orientais e talheres de prata. A declaração também reconheceu que alguns dos bens foram retirados de um armazém.
"Os EUA lamentam a conduta imprópria de alguns de seus membros das Forças Armadas e tentam com esse acordo prover um auxílio substancial aos sobreviventes húngaros do Holocausto que ainda vivem e que se apresentem como financeiramente despossuídos", disse o pedido de desculpas.
A declaração significa o fim de um processo judicial iniciado em 2001 por judeus da Hungria, muitos dos quais vivem nos EUA.
A ação judicial pedia inicialmente US$ 10 mil de indenização por pessoa e acusava os militares de terem classificado indevidamente os bens como de origem desconhecida ou de propriedade dos inimigos, evitando assim devolvê-los.
Os 24 contêineres com ouro, objetos de arte, jóias e outros bens foram roubados pelos nazistas e depois apreendidos pelos americanos na Áustria, em 1945. À época, o valor de todos os objetos era algo entre US$ 50 milhões e US$ 200 milhões.
Segundo o acordo firmado em março, o primeiro envolvendo o governo americano e bens roubados pelos nazistas, não será paga nenhuma indenização relativa aos bens.
Em vez disso, todos os judeus húngaros nascidos antes do final da guerra e seus herdeiros podem se apresentar para receber ajuda em tratamentos médicos ou mesmo para que os EUA paguem seu aluguel.
Advogados estimaram que até 10 mil pessoas podem requisitar um auxílio junto ao governo americano. A maior parte dos judeus húngaros que sobreviveram hoje moram na Hungria, EUA, Canadá, Israel e Austrália.
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