O governo dos EUA pediu desculpas e abriu ontem uma investigação sobre uma pesquisa que nos anos 1940 infectou de propósito com sífilis e gonorreia cerca de 1.500 pessoas na Guatemala.
Nenhum dos infectados a maior parte prostitutas, soldados e doentes mentais sabia dos propósitos do estudo ou deu consentimento para os testes.
O médico John Cutler, funcionário do serviço de saúde pública do governo americano, conduziu o trabalho entre 1946 e 1948 com financiamento do Instituto de Saúde Nacional dos EUA (NIH).
O caso foi exposto por Susan Reverby, do Wellesley College. Ela descobriu cartas trocadas entre os pesquisadores e seus superiores, e publicará um artigo sobre isso em janeiro de 2011 no Journal of Policy Studies.
"Estamos escandalizadas por saber que essa pesquisa ocorreu sob o disfarce de ação de saúde pública. O estudo foi antiético", disseram em nota divulgada ontem as secretárias de Estado dos EUA, Hillary Clinton, e a da Saúde, Kathleen Sebelius.
"Sentimos muito e pedimos desculpas a todos os infectados na pesquisa." Barack Obama pediu desculpas pelo telefone diretamente ao presidente da Guatemala, Alvaro Colom.
Crueldade
Cutler pretendia pesquisar formas de prevenir doenças sexualmente transmissíveis. Ele infectou prostitutas com gonorreia ou sífilis e deixou que fizessem sexo com soldados e detentos.
Como poucos homens se contaminaram, ele decidiu inocular as doenças diretamente em soldados, prisioneiros e doentes mentais. As formas de contágio iam de injeções a exposição do pênis a material contaminado.
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