A embaixada dos Estados Unidos em Beirute solicitou nesta sexta-feira (17) a seus cidadãos no Líbano para redobrarem a atenção em relação à segurança, após o aumento das ameaças no país, incluindo a possibilidade de sequestros e ataques terroristas. "A embaixada dos EUA recebeu informações relativas a um aumento de ameaças contra seus cidadãos no Líbano", afirmou em comunicado a delegação diplomática, após a onda de sequestros de sírios efetuada por um poderoso clã xiita libanês em represália ao rapto de um de seus membros em Damasco.
Na nota, os EUA alertam para o aumento da violência e das disputas entre famílias e vizinhos no Líbano, que podem levar a "sequestros e inclusive ataques terroristas" contra os cidadãos americanos. "Os membros da embaixada americana serão submetidos a estritas limitações de circulação e os cidadãos americanos deverão tomar medidas de precaução suplementares", acrescentou o texto.
A embaixada americana anunciou também a suspensão dos programas de ensino e de cursos de idiomas no Líbano, o que limitará os projetos de pesquisa e reduzirá as bolsas de estudos para os alunos da Universidade Americana de Beirute (AUB, sigla em inglês).
Esta advertência chega depois que cinco países do Golfo Pérsico - Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Catar, Bahrein e Kuwait - pediram, nesta semana, que seus cidadãos saíssem imediatamente do Líbano.
Sobre a instabilidade no Líbano, o líder da oposição do país, Saad Hariri, disse hoje que o país enfrenta "um risco de desintegração do papel do Estado onde predomina a lógica da anarquia". Em sua opinião, os sequestros por vingança servem somente para "aumentar a tensão e favorecer a discórdia". Por isso, pediu o "fim dos fatores de divisão, para salvar o país da derrocada e voltar a fazer com que os libaneses confiem no Estado".
O Líbano está muito dividido por causa do conflito sírio, já que uma parte apoia os revolucionários enquanto a outra - liderada pelo grupo xiita Hezbollah - apoia o regime de Bashar al Assad.
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