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Visita diplomática

EUA pedem que Brasil lidere solução para crise venezuelana

James Mattis, secretário de Defesa dos EUA, passa pela guarda de honra ao chegar em Brasília | EVARISTO SA/AFP
James Mattis, secretário de Defesa dos EUA, passa pela guarda de honra ao chegar em Brasília (Foto: EVARISTO SA/AFP)

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, James Mattis, defendeu nesta segunda-feira (13) que o Brasil é quem deve liderar uma solução para crise venezuelana, segundo relato do ministro Joaquim Silva e Luna, com quem se encontrou em Brasília. 

"A colocação dos EUA neste aspecto é muito prudente: considera que a solução deve ser liderada pelo Brasil e pergunta sempre como pode ajudar. Troca-se ideias, maneiras de fazer, como construir uma solução para tirar o país da dificuldade que está passando", disse Silva e Luna. 

Mattis quis saber ainda como os EUA podem ajudar para tirar o país da difícil situação em que se encontra, mas não deu qualquer sinal de que poderia atuar em relação à Venezuela. O presidente Donald Trump chegou a levantar a possibilidade de uma intervenção militar. Os norte-americanos estão preocupados também com o crescimento do narcotráfico e da violência na região. 

Base de Alcântara 

Silva e Luna afirmou ainda que o governo brasileiro quer firmar o acordo de salvaguarda tecnológica com os Estados Unidos "o mais cedo possível" para poder alugar aos americanos a base de lançamento de foguetes em Alcântara (MA). A receita anual com o aluguel da base pode chegar a US$ 1,5 bilhão (R$ 5,8 bilhões). O acordo está emperrado no Congresso Nacional, principalmente por conta de discussões ideológicas. 

Segundo o ministro Silva e Luna, o secretário de defesa se comprometeu com, no mais curto prazo, ajustar os detalhes, de forma que "isso ficasse de acordo com os nossos interesses e fosse entendido pelo país inteiro, pela sociedade, que é traduzido através do nosso Congresso". 

O ministro Silva e Luna disse que a ideia é que o acordo de salvaguardas possa ser assinado "no mais curto prazo, o mais cedo possível". O acordo é um amparo legal para o uso comercial de Alcântara, não importa por qual país, oferecendo a possibilidade de empresas privadas efetuarem lançamentos de engenhos espaciais a partir do Centro de Lançamento de Alcântara. Isso proporcionaria uma renda para desenvolver o Programa Espacial Brasileiro e seus projetos. 

O acordo é necessário para que o Centro possa ser usado para lançamentos de foguetes. O presidente da comissão de implantação de sistemas espaciais, brigadeiro Luiz Fernando de Aguiar, explicou que os EUA tem domínio de 80% do mercado e ressaltou que equipamentos de praticamente todos os países têm alguma peça americana. Só obtém consentimento para terem seus equipamentos colocados no espaço centros de lançamento de países que tenham acordo de salvaguardas com os norte-americanos. 

As autoridades brasileiras asseguram que o acordo de salvaguardas com os EUA não atingem a soberania do Brasil. 

Apesar do esforço das autoridades brasileiras para viabilizar um acordo de salvaguardas que atenda a todas as queixas, o governo sabe que enfrentará dificuldades para fechar um entendimento neste momento, em que o Congresso está parado, envolvido com eleições. Mesmo depois do período eleitoral, este é um tema delicado e que demandará muitas negociações com todos os partidos para ser aprovado rapidamente, como defendem os militares, pelas necessidades de abrir comercialmente Alcântara, para que os projetos espaciais brasileiros possam ser incrementados. 

China 

Outro tema que preocupa os norte-americanos, em relação à América do Sul, é o aumento da influência da China na região, seja de ordem econômica ou militar, o que desagrada Washington. Mas o ministro não citou este tema como assunto da pauta entre os dois. A visita dos Estados Unidos está sendo vista como uma tentativa de ampliar a aproximação com os países e neutralizar esse avanço chinês na região.

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