O secretário de Defesa americano, Chuck Hagel, pediu neste sábado (31) à junta militar que governa a Tailândia que dê fim à censura aos meios de comunicação, liberte os presos políticos e convoque eleições imediatamente.
Os militares assumiram o governo do país em 22 de maio, após seis meses de protestos contra a ex-primeira-ministra Yingluck Shinawatra. As manifestações deixaram pelo menos 28 mortos e mais de 800 feridos.
Em um fórum de segurança em Cingapura, Hagel afirmou que toda a assistência militar aos tailandeses será suspensa até que seja retomada a ordem democrática, conforme determina a lei americana.
"Instamos ao Exército da Tailândia que deixe em liberdade os detidos, suspenda as restrições à liberdade de expressão e devolver imediatamente o poder ao povo mediante eleições livres e justas."
Desde o golpe de Estado, o chefe do Exército, Prayuth Chon-ocha, dissolveu os poderes Executivo e Legislativo, suspendeu a Constituição, decretou toque de recolher, censurou os meios de comunicação, proibiu as assembleias públicas, intimou e prendeu mais de 270 pessoas.
A maioria dos detentos foi solta após uma semana, com a condição de não falar de política em público e não deixar a cidade de residência sem autorização. Neste sábado, um ex-ministro foi preso acusado de incitar a violência e desafiar a lei marcial ao dar uma entrevista coletiva à imprensa internacional.
Na noite de sexta (30), o chefe militar anunciou que instituirá um programa de reconciliação nacional até agosto e depois formará um Parlamento que será responsável por reformar o sistema político. As próximas eleições estão previstas para 2015.