Países vizinhos do Irã - incluindo Arábia Saudita, Kuweit e Emirados Árabes - estão discutindo com os Estados Unidos formas de reforçar sua defesa, disse nesta quinta-feira o brigadeiro encarregado de vendas de armas americanas.
O Irã, que desafia as exigências das Nações Unidas de suspender seu programa de enriquecimento de urânio, "desperta algumas importantes preocupações" junto a todos os seus vizinhos, disse o brigadeiro Jeffrey Kohler à Reuters.
- Estamos discutindo com os serviços deles e seus líderes para ver quais as suas necessidades e como os Estados Unidos podem preenchê-las - disse Kohler, que dirige a Agência de Cooperação de Segurança da Defesa do Pentágono, responsável pela venda de armas dos EUA a outros governos.
Isso significa que está em jogo a venda de bilhões de dólares em mísseis, navios e tecnologia que permitiria aos países do Golfo Pérsico observarem a região com uma rede digital.
O escritório de Kohler supervisionou em 2005 vendas de US$ 10,6 bilhões e neste ano pretende vender US$ 13 bilhões, segundo o brigadeiro.
- Nosso trabalho não é aumentar as vendas, é ajudar as pessoas a ter a capacidade de que precisam - afirmou.
Sobre os países envolvidos na negociação, Kohler disse:
- Digamos que todo mundo que não seja o Irã.
Em seguida, confirmou que estão incluídos Arábia Saudita, Emirados Árabes e Kuweit.
Ele citou o navio de combate em litoral, que está sendo desenvolvido pela Lockheed Martin e pela General Dymanics para missões próximas às costas, como um equipamento que desperta grande interesse no Oriente Médio e em outros lugares.
- Estamos acompanhando o progresso da Marinha e estamos muito animados com o que vemos - afirmou.
Segundo Kohler, deve haver concorrência da França e possivelmente de outros países para a venda de armas para o Oriente Médio.
De acordo com o brigadeiro, independentemente de a ameaça ser "o Iraque no passado ou o Irã no futuro, a maioria dos países percebe que uma parceria com os EUA é essencial".
Um objetivo dos EUA, acrescentou Kohler, é permitir que os aliados atuem em harmonia com forças americanas.
Os EUA acusam o Irã de desenvolver armas nucleares, mas Teerã diz que seu programa nuclear é voltado exclusivamente para fins pacíficos.
As vendas de armas para o Oriente Médio, especialmente para o Golfo Pérsico, diminuiu desde o começo da década de 1990, porque as enormes encomendas da época ainda estão sendo integradas às forças desses países, segundo Richard Grimmett, que acompanha esses acordos para o Serviço de Pesquisas do Congresso.
Grandes transações de armas demoram anos para serem fechadas. Possíveis beneficiários de novos acordos no Oriente Médio incluem importantes empresas dos EUA, como a Lockheed Martin, a Boeing, a Northrop Grumman, a General Dymanics e a Raytheon.
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