O último de quatro protótipos de um avião militar não tripulado dos EUA projetado para voar a até seis vezes a velocidade do som deve ser testado no ano que vem, disse o gerente do programa na quarta-feira (24), meses depois da destruição de um dos modelos durante um teste.
O terceiro protótipo do Waverider, ou X-51A, se desmanchou sobre o Pacífico segundos depois do início do teste, em agosto. Oficiais da Força Aérea dos EUA disseram na época não saber se e quando o quarto avião iria decolar.
Resultados preliminares de uma investigação indicam que "uma questão aleatória de vibração" causou o acionamento precoce de um dos lemes do avião, provocando o acidente, disse a jornalistas numa teleconferência o gerente do programa X-51 no Laboratório de Pesquisas da Força Aérea, Charlie Brink.
"Não posso dizer conclusivamente que seja isso, mas está parecendo cada vez mais ser a causa", disse Brink, acrescentando que os investigadores rapidamente descartaram um defeito de software ou elétrico.
O Waverider foi projetado para voar a pelo menos seis vezes a velocidade do som, o que permitiria, por exemplo, fazer a viagem entre Nova York e Londres em menos de uma hora. Analistas dizem que os militares pretendem direcionar esse programa para o desenvolvimento de mísseis com ogivas não-nucleares, para poder alcançar qualquer lugar do mundo no prazo de uma hora.
Brink disse que a investigação sobre o terceiro protótipo deve estar concluída até meados de dezembro. "Já estamos preparando o quarto veículo para o voo. Estamos fazendo essas coisas paralelamente."
Ele afirmou que os engenheiros já estão modificando o último protótipo do X-51A, para que possa voar no primeiro semestre de 2013.
O avião se chama Waverider ("cavaleiro da onda") porque se sustenta no ar em parte por causa do impulso gerado pelas ondas de choque do seu próprio voo. A divisão Phantom Works, da Boeing, projeta e monta os aparelhos, segundo os militares.
Um dos quatro aviões fabricados voou por mais de três minutos a quase cinco vezes a velocidade do som, em 2010, segundo a Força Aérea. Os protótipos são feitos para caírem no final dos testes, e não são considerados recuperáveis.
O avião começa seu voo a bordo de um bombardeiro B-52, e depois usa uma turbina especial com ar comprimido, feita pela Pratt & Whitney Rocketdyne.
O custo da aeronave experimental não foi revelado, porque muitos detalhes do programa são sigilosos.