Os Estados Unidos começaram a armar barracas na base naval da Baía de Guantánamo para alojar haitianos, caso haja uma migração massiva para a região por causa do terremoto.
Já foram armadas 100 barracas, cada uma capaz de abrigar dez pessoas. As autoridades têm outras mil disponíveis, caso muitos grupos de haitianos abandonem o país e sejam interceptados no mar. As autoridades também disponibilizaram sanitários e reuniam camas e outros materiais.
Na base de Guantánamo ficam também quase 200 presos, suspeitos por terrorismo. Os haitianos ficarão no lado oposto da base ao centro de detenção e não terão qualquer contato com os prisioneiros, segundo as autoridades no local.
A base tem sido usada também como ponto de apoio para envio de ajuda humanitária ao Haiti. No começo dos anos 90, a base alojou milhares de haitianos presos no mar até que fossem devolvidos ao país.
A base norte-americana no sudeste de Cuba também está sendo usada para transportar materiais e pessoas para ajudar o Haiti, que fica a 320 quilômetros.
Campos
Enquanto isso, o governo haitiano planeja abrigar 400 mil sobreviventes do terremoto do último dia 12 em localidades fora de Porto Príncipe, que ficou parcialmente devastada pelo tremor. Segundo o ministro do interior, Paul Antoine Bien-Aime, cerca de 100 mil vítimas serão transportadas para dez abrigos com capacidade para 10 mil pessoas cada, em Corix des Bouquets, ao norte da capital. O traslado deve ser feito "o mais rápido possível", de acordo com o ministro.
Entre 1,5 milhão e 2 milhões dos 9 milhões de habitantes de Porto Príncipe perderam suas casas no tremor. Muitos deles já fugiram da capital rumo ao interior, menos afetado pela tragédia.
"O governo disponibilizou para as pessoas transporte gratuito. Uma grande operação está ocorrendo: nós estamos no processo de realocar os sem-teto", disse o ministro de Interior haitiano, Paul Antoine Bien-Aime.
Funcionários disseram que o governo está pagando pelo menos 34 ônibus para levar as vítimas para o sul e o norte do país, tirando-as de Porto Príncipe. A capital foi em grande parte destruída, pelo terremoto de magnitude 7 na escala Richter.
Não está claro onde essas pessoas terão que ficar, mas funcionários disseram que já começaram o processo para identificar locais para as vilas.