Recompensa
Organização religiosa oferece US$ 3,3 milhões pela cabeça de escritor
Folhapress
Uma organização religiosa ligada ao governo iraniano aumentou de US$ 2,8 milhões para US$ 3,3 milhões a recompensa a ser paga pela cabeça do autor indiano-britânico Salman Rushdie pelo livro Versos Satânicos, segundo anunciou a mídia local.
A fundação 15 de Khordad disse que a intenção é evitar novos atos vistos como blasfematórios contra o Islã, como o filme satirizando Maomé que gerou revoltas.
"Estou acrescentando US$ 500 mil à recompensa, e qualquer um que cumprir essa ordem receberá imediatamente todo o dinheiro", afirmou o aiatolá Hassan Sanaee, líder da fundação que fez a primeira oferta, nos anos 90.
Para Sanaee, o filme anti-islâmico não teria sido rodado nem haveria outros casos de blasfêmia caso tivesse sido aplicada a "fatwa" (decreto religioso) contra Rushdie lançada em 1989 pelo aiatolá Ruhollah Khomeini, fundador do atual regime iraniano.
"Enquanto a fatwa do imã [líder religioso] Khomeini contra o apóstata Rushdie não for executada, [o filme] não será o último insulto", disse Sanaee. "Agora é o melhor momento para levá-la adiante", acrescentou.
O aumento da oferta surge às vésperas da publicação de um livro em que o autor, hoje com 65 anos, relata os anos em que viveu escondido.
O temor do escritor diminuiu em 1998, quando o então presidente iraniano, Mohammad Khatami, anunciou que Teerã não aplicaria o decreto. Mas o aiatolá Ali Khamenei declarou em 2005 que a "fatwa" ainda valia.
Ontem, houve manifestações em várias cidades iranianas contra o filme A Inocência dos Muçulmanos, supostamente rodado nos EUA.
20 países foram atingidos pelos protestos muçulmanos contra filme que denigre o profeta Maomé.
Uma igreja católica foi "totalmente destruída" no Níger (África) e centenas de manifestantes entraram em choque com a polícia no Paquistão (Ásia), em mais um dia de protestos contra o filme anti-islâmico que detonou uma onda de violência em países muçulmanos.
Para o secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, as manifestações devem continuar pelos próximos dias, mas o nível de violência aparenta estar enfraquecendo.
"[O Pentágono] mobilizou nossos efetivos em vários locais da região, de modo a estar preparados para responder a qualquer pedidos [de ajuda] que recebermos, e assim proteger nosso pessoal e as propriedades da América", disse.
Já foram despachados contingentes de "marines" para a Líbia e o Iêmen, mas ele evitou fornecer mais detalhes sobre novos deslocamentos de tropas americanas para o Oriente Médio, onde ocorreu boa parte dos episódios mais violentos.
Revolta
Protestos violentos de muçulmanos explodiram nos últimos dias, principalmente em países do norte da África e do Oriente Médio, tendo por alvo preferencial as embaixadas dos EUA.
Em um dos desdobramentos mais dramáticos, quatro cidadãos americanos foram mortos durante um ataque ao consulado em Benghazi, na Líbia, na terça-feira.
As autoridades líbias informaram ontem que pelo menos 50 pessoas suspeitas de participaram do ataque ao consulado dos EUA foram presas, sem fornecer maiores detalhes sobre o prosseguimento da investigação.
As manifestações se espalharam por mais de 20 países em quatro continentes. Centenas de pessoas ficaram feridas nos confrontos com as forças de segurança locais, e pelo menos oito manifestantes morreram.
O estopim foi a divulgação pela internet de um filme amador, produzido nos EUA, e que veicula insultos ao profeta Maomé. Seu conteúdo foi considerado blasfemo por muitos muçulmanos.
Ontem, pelo menos dois países registraram manifestações contra o filme anti-islâmico, em graus variados de violência. A catedral da igreja católica de Zinder, a segunda maior cidade do Níger, foi incendiada e destruída. Em Karachi, centenas de paquistaneses tomaram as ruas para protestar contra o vídeo anti-islâmico.
Ataque à Otan
Um porta-voz da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) afirmou ontem que seis aviões de caça dos EUA foram destruídos e dois seriamente danificados pelo ataque de insurgentes do grupo extremista Taleban, no sábado, à base onde está o príncipe britânico Harry.
Três estações de reabastecimento foram destruídas e seis hangares de aeronaves ficaram prejudicados após a investida que causou problemas sem precedentes no Camp Bastion, na província de Helmand, um dos mais intensos campos de batalha da guerra, segundo o porta-voz.
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