Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, anunciou as condições para que os EUA voltem a assinar um acordo nuclear com o Irã nesta segunda-feira (21)| Foto: WIN MCNAMEEAFP

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, afirmou nesta segunda-feira (21) que os Estados Unidos vão impor ao Irã “as mais fortes sanções na história”, prometendo usar todo o poder econômico e militar dos EUA para destruir a economia do Irã e "esmagar" seus agentes e representantes em todo o mundo.

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Em seu primeiro grande discurso sobre política externa como secretário de Estado, Pompeo listou uma dúzia de exigências, uma agenda que abrange as iniciativas de política externa do Irã bem como seus programas nucleares e de mísseis. Se o Irã concordar com essas exigências, disse ele, os Estados Unidos suspenderão as sanções, restabelecerão relações diplomáticas com Teerã e fornecerão acesso à tecnologia. 

Pompeo ainda afirmou que trabalhará com o Departamento de Defesa e aliados regionais - Israel, Arábia Saudita e os Estados do Golfo - para "deter a agressão iraniana na região, inclusive no mar e no ciberespaço".

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"Garantiremos a liberdade de navegação nas águas da região", disse ele em um discurso na Fundação Heritage. "Trabalharemos para prevenir e neutralizar qualquer atividade maligna cibernética iraniana. Vamos rastrear agentes iranianos e seus representantes do Hezbollah que operam em todo o mundo e esmagá-los. O Irã nunca mais terá carta branca para dominar o Oriente Médio". 

Oficiais do Departamento de Estado dizem que o objetivo do discurso é delinear um caminho a seguir depois que o presidente Donald Trump anunciou que retiraria os Estados Unidos do acordo nuclear de 2015 com o Irã e voltaria a impor sanções - uma decisão que coloca os Estados Unidos como transgressor de seus compromissos. 

O Departamento do Tesouro já voltou a impor sanções ao chefe do Banco Central do Irã e a outras empresas e grupos, e Pompeo advertiu: "O regime iraniano deve saber que este é apenas o começo". 

"Depois que nossas sanções forem estabelecidas com força total, o país [Irã] estará lutando para manter sua economia viva", acrescentou. "O Irã será forçado a fazer uma escolha: ou lutar para manter sua economia viva em casa ou continuar desperdiçando riqueza preciosa em lutas no exterior. Ele não terá recursos para fazer as duas coisas". 

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O que os EUA exigem 

Em seu discurso, Pompeo não deu muita importância ao que o governo vem chamando de "consertos" no acordo nuclear, formalmente conhecido como Plano de Ação Integral Conjunto. Em vez disso, ele exigiu a completa rendição do Irã em 12 pontos. A julgar pela reação a propostas semelhantes feitas anteriormente, Teerã provavelmente rejeitará a maioria delas - se não todas. 

Os Estados Unidos pedem o reconhecimento total do Irã sobre suas tentativas anteriores de desenvolver uma arma nuclear - o que o Irã já negou em ocasiões anteriores -, a interrupção dos testes de enriquecimento de urânio e de mísseis balísticos e a permissão de acesso de inspetores internacionais a todos os locais. A lista anunciada por Pompeo também inclui a exigência que o Irã liberte todos os cidadãos dos EUA e de países aliados presos por diversas acusações, incluindo espionagem. 

Aliados distantes 

O mundo estava esperando uma resposta do governo americano depois que o presidente Donald Trump anunciou que o país sairia do acordo nuclear do Irã. Muitos aliados europeus não disfarçaram sua irritação com a administração Trump sobre suas posições no Irã, o acordo climático de Paris, a mudança da Embaixada dos EUA em Israel para Jerusalém e as tarifas de comércio. "Com amigos como esses, quem precisa de inimigos", disse recentemente o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.

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A quebra do acordo com o Irã estremeceu os laços entre os Estados Unidos e seus aliados. Todos os outros países que negociaram o pacto de 2015 pretendem mantê-lo. Os europeus estão procurando maneiras de proteger suas próprias empresas de sanções que Trump pode reimpor, apesar de algumas grandes empresas multinacionais já estarem evitando negócios no Irã, devido à incerteza sobre o destino do negócio. 

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Funcionários do Departamento de Estado descartaram as diferenças entre os EUA e seus aliados, argumentando que eles têm um terreno comum em outras questões envolvendo o Irã, incluindo seus testes de mísseis balísticos, seu apoio a grupos militantes como o Hezbollah e seu envolvimento nas guerras civis na Síria e no Iêmen. 

"Nossa abordagem agora é que precisamos de uma nova estrutura que aborde a totalidade das ameaças do Irã", disse Brian Hook, chefe de planejamento de políticas do Departamento de Estado, a repórteres. 

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Hook repetidamente chamou a decisão de Trump de retirar do acordo uma "oportunidade" de buscar um "acordo melhor" do que o que foi forjado sob o governo Obama. 

"Temos oportunidade de trabalhar com nossos aliados para criar uma arquitetura de segurança, uma nova estrutura", disse ele. "As pessoas, eu acho, estão exagerando as divergências entre os EUA e a Europa."

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