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crise na venezuela

EUA prometem dólares nas contas de venezuelanos caso Maduro caia

Em Londres, manifestante usa uma máscara do presidente dos EUA, Donald Trump, durante protesto pela decisão do Banco da Inglaterra de congelar ativos mantidos pela Venezuela | Foto: Adrian DENNIS/AFP
Em Londres, manifestante usa uma máscara do presidente dos EUA, Donald Trump, durante protesto pela decisão do Banco da Inglaterra de congelar ativos mantidos pela Venezuela | Foto: Adrian DENNIS/AFP (Foto: AFP)

O assessor econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, afirmou na quarta-feira (4), que os Estados Unidos estão organizando um plano de recuperação econômica para a Venezuela , incluindo apoio financeiro e alimentar, além da entrega de dinheiro à população. O plano inclui a entrada de dólares no país e, segundo Kudlow, os americanos estão trabalhando com bancos da região para tornar a medida operacional.

O anúncio mostra que os Estados Unidos estão articulando os próximos passos que seguirão a transição do regime de Nicolás Maduro. A hiperinflação jogou a maior parte da população do país na pobreza e apesar da pressão interna e externa, Maduro acusa os EUA de articularem um golpe de estado para destituí-lo. Os EUA, assim como o Brasil, reconhecem o presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, como presidente interino do país.

Ameaçado de ser preso a qualquer momento, o líder opositor Juan Guaidó convocou ontem uma manifestação para sábado (6) até o palácio presidencial de Miraflores e sinalizou com seu possível pedido à Assembleia Nacional para autorizar a entrada de uma missão militar estrangeira na Venezuela. Na terça, a Assembleia Constituinte, chavista, retirou a imunidade parlamentar de Guaidó e autorizou o início de um processo jurídico contra ele.

Segundo Kudlow, os EUA pensam em "formas inteligentes" de fazer dólares – e não bolívares, a moeda local – chegarem à população venezuelana por meio de bancos e aplicativos. O movimento será "feito rapidamente" pela Casa Branca se houver uma transição do regime de Maduro para o de Guaidó. Segundo o assessor econômico, o plano tem sido debatido pelo Tesouro americano, em conjunto com o Conselho de Segurança Nacional e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

"É uma mensagem para a população da Venezuela, certamente, assim eles podem esperar por um futuro melhor, com esperança de que seja breve. Mas também é um reconhecimento de que a Venezuela está em um estado de colapso que vai necessitar não só boa vontade mas também recursos significativos da comunidade internacional para reconquistar sua base política e econômica", avalia Eric Farnsworth, vice-presidente do Council of Americas e ex-assessor da Casa Branca e do Departamento de Estado.

Benjamin Gedan, ex-diretor para América do Sul no Conselho de Segurança Nacional dos EUA e atual integrante do programa de América Latina do Wilson Center, afirma que a promessa de uma vida melhor encoraja deserções da elite que ainda dá sustentação a Maduro. "É preciso anistia, um papel na vida pública para os chavistas e o retorno à prosperidade, através do alívio de sanções e ajuda e investimento estrangeiro", afirma.

A avaliação de especialistas e do governo americano é que a saída de Maduro é só o primeiro passo de um longo processo de recuperação pelo qual a Venezuela terá de passar. "Recuperação econômica será longa e árdua. É apropriado que os EUA e a comunidade internacional estejam pensando nisso com antecedência", afirma Farnsworth.

Gedan é cético sobre promessas de assistência vindas do governo americano: "A questão é se promessas da Casa Branca são críveis, considerando a antipatia pela assistência estrangeira e o tratamento dispensado a parceiros regionais como Guatemala, Honduras e El Salvador".

Há 15 dias, especialistas e aliados de Guaidó discutiram em evento organizado pelo think tank Atlantic Council, em Washington, os caminhos para reconstrução da Venezuela. Nancy Rivera, diretora da Overseas Private Investment Corporation – agência financeira americana destinada à suporte de investimento privado em mercados emergentes –, afirmou que empréstimos de entidades públicas não serão suficientes, considerando o nível de crise financeira do país. "A única solução é obter estruturas legais e regulatórias para que o setor privado possa entrar", disse ela.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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