Os Estados Unidos propuseram nesta segunda-feira em reunião de emergência na ONU que a Coréia do Norte seja punida pelo teste nuclear que diz ter feito. O pacote inclui três ações.
A primeira seria um embargo total de armas. A outra uma inspeção internacional de todos os carregamentos de importação e exportação para a Coréia do Norte, para uma minuciosa checagem à procura de armas de destruição de massa.
A terceira proposta, que os diplomatas ouvidos pela agência Reuters não souberam detalhar, é o congelamento de bens e produtos associados ao programa atômico de Pyongyang.
O pacote punitivo à Coréia do Norte é resultado de uma reunião de emergência feita a portas fechadas pelos 15 membros do Conselho de Segurança (CS) da ONU. Eles condenaram de forma unânime e firme o que seria o primeiro teste nuclear realizado pela Coréia do Norte, considerado um desafio à comunidade internacional.
"Todos os membros condenaram energicamente a ação e expressaram a urgência de que Coréia do Norte volte às negociações para abandonar seus programas nuclear e de mísseis", afirmou o atual presidente rotativo do Conselho, o embaixador japonês Kenzo Oshima.
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, reagiu duramente nesta segunda-feira ao anúncio de Pyongyang. Disse que o teste norte-coreano é "inaceitável" e que os norte-americanos considerarão a transferência de tecnologia atômica "uma agressão contra os Estados Unidos". Leia aqui sobre a reação de Bush.
Durante a sessão, o embaixador dos EUA perante a ONU, John Bolton, apresentou ao CS uma série de elementos para serem incluídos em um projeto de resolução ser adotado com urgência. Estamos procurando uma resolução dentro do Capítulo VII da Carta da ONU", afirmou o diplomata.
O Capítulo VII autoriza a imposição de sanções econômicas e diplomáticas, e também prevê a possibilidade de uma intervenção militar. Os Estados Unidos contam com o apoio do Reino Unido e da França, países que consideram que chegou o momento de adotar uma resolução que invoque o Capítulo VII.
A comunidade internacional condenou com veemência o teste nuclear realizado pela Coréia do Norte, afirmando que Pyongyang segue para um isolamento cada vez maior. Leia aqui a repercussão das principais potências mundiais.
O Brasil também se manifestou sobre o assunto, condenando "veementemente" o teste nuclear que a Coréia do Norte diz ter realizado. A diplomacia brasileira reiterou sua convicção de que "todos os arsenais atômicos que existem no planeta devem ser eliminados". Leia aqui o comunicado do governo.Disputa de força
A Coréia do Norte anunciou nesta segunda, por meio de sua agência de notícias estatal, o sucesso de seu teste nuclear subterrâneo. O governo já havia adiantado na terça-feira passada que realizaria um teste nuclear para reforçar seu poder de dissuasão perante a "hostilidade" dos Estados Unidos.
Diante da ameaça, o Conselho de Segurança emitiu na sexta-feira uma declaração presidencial pedindo que a Coréia do Norte renunciasse à idéia e alertando que, caso contrário, Pyongyang enfrentaria conseqüências negativas.
O desafio norte-coreano também provocou uma reação firme dos outros membros do Conselho, inclusive da China, tradicional aliada de Pyongyang.
O teste nuclear norte-coreano, realizado no mesmo dia da nomeação do novo secretário-geral da ONU, o ministro de Assuntos Exteriores da Coréia do Sul Ban Ki-moon, foi interpretado em meios diplomáticos como um chamado de atenção e uma forma de pressão para que os Estados Unidos aceitem negociações bilaterais.
Washington já impôs sanções às finanças de Pyongyang, pois acusa o regime comunista de falsificação e lavagem de dinheiro. Com essa medida como argumento, a Coréia do Norte se nega a retomar as conversas com os maiores líderes mundiais.
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