Os Estados Unidos classificaram nesta sexta-feira (22) como “terrível” o ataque ocorrido em uma sala de concertos na capital da Rússia, Moscou, o mais mortal em décadas.
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, no entanto, afirmou que, até o momento, não há indícios de que a Ucrânia, que está enfrentando as forças russas em seu território, tenha “qualquer envolvimento” com o que aconteceu.
"Não há nenhuma indicação neste momento de que a Ucrânia, ou os ucranianos, estivessem envolvidos no tiroteio", disse o porta-voz.
O assessor presidencial de Volodymyr Zelensky, Mykhailo Podolyak, disse por meio de uma mensagem no Telegram que a Ucrânia não tem “nada a ver” com o ocorrido.
"Em relação aos acontecimentos no Crocus, nos subúrbios russos, onde hoje ocorreram certos eventos, alguns tiroteios, algumas ações terroristas por parte de pessoas não identificadas, sejamos claros, a Ucrânia não tem absolutamente nada a ver com esses eventos", disse.
"Ataques terroristas não resolvem nenhum problema", enfatizou Podoliak, observando que nos mais de dois anos de guerra Kiev "nunca realizou ataques" desse tipo, "diferentemente, por sinal, da própria Rússia, que usa ataques terroristas".
O Kremlin, por sua vez, disse que “encontrará e destruirá os altos funcionários ucranianos” se Kiev estiver relacionada com os ataques.
"Se for estabelecido que se trata de terroristas do ‘regime de Kiev’ todos eles devem ser encontrados e destruídos sem piedade, como terroristas", escreveu o ex-presidente russo Dmitri Medvedev, que também é vice-presidente do Conselho de Segurança do país.
O ataque a sala de concertos, que deixou cerca de 40 mortos e mais de 100 feridos, foi descrito pelas autoridades russas como um "ato terrorista".
Kirby expressou condolências às vítimas e destacou a gravidade das imagens que circulam na mídia.
“As imagens são horríveis e difíceis de assistir, nossos pensamentos estão com as vítimas deste terrível ataque”, disse ele.
A Embaixada dos EUA em Moscou havia emitido um alerta no último dia 8 de março, advertindo americanos e o governo russo sobre eventuais planos de extremistas para realização de ataques no país, coincidindo com a proximidade das eleições presidenciais russas. No entanto, Kirby esclareceu que Washington não tinha conhecimento prévio do ataque que ocorreu nesta sexta-feira.
Horas antes do alerta americano emitido naquele dia 8, o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) chegou a informar que teria impedido um ataque a uma sinagoga em Moscou, planejado por uma célula do grupo terrorista Estado Islâmico.
Após o incidente, o Departamento de Estado dos EUA aconselhou a todos os americanos que estão na Rússia a evitarem concertos ou centros comerciais e a permanecerem em suas casas.