Os Estados Unidos estão pressionando alguns países latino-americanos a enviarem tropas sem missões de combate para o Iraque e o Afeganistão. O general John Craddock, chefe do Comando Sul dos EUA, que fica em Miami e abrange a América Latina, disse que o tema foi discutido em uma reunião com quase todos os ministros da Defesa das Américas.

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Segundo Craddock, a Colômbia, por exemplo, poderia enviar militares para ajudar o Iraque a proteger sua infra-estrutura, como oleodutos, pois já tem experiência nessa tarefa - o país sul-americano enfrenta ataques frequentes de guerrilheiros.

O general nicaragüense Moisés Omar Halleslevens disse que seu país pode enviar ao Afeganistão uma equipe de remoção de minas terrestres.

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Craddock disse que os países latino-americanos "podem ter uma chance de ajudar outros países a superarem um problema que enfrentaram no passado".

A violência vem impedindo a reconstrução da infra-estrutura em várias partes do Afeganistão e do Iraque, obras que seriam essenciais para que os EUA acabem com a fase de combates e tenham num período de relativa calma, segundo militares americanos.

A ajuda latino-americana também poderia ser útil para que os EUA retirassem parte das suas próprias tropas.

O pedido de ajuda à América Latina foi apontado por alguns funcionários americanos na reunião de Manágua como um exemplo da forte cooperação regional e um reconhecimento de que a guerra ao terrorismo é global.

- A maioria das ameaças de hoje ao nosso modo de vida livre transcende as fronteiras nacionais e não têm respeito por nossa soberania nacional - disse o secretário de Defesa dos EUA, Donald Rumsfeld, a seus colegas. - Quase todo ministro aqui nesta manhã já atestou o fato, e é igualmente verdade que, por isso, nenhum país pode lidar com esses problemas sozinho.

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Segundo Craddock, vários ministros disseram em uma reunião a portas fechadas que seus países também estão sob ameaça do terrorismo.

A discussão ocorre num momento em que os EUA lutam para restabelecer sua influência na América Latina, abalada pela eleição de vários governos de esquerda nos últimos anos.

O Irã, por exemplo, fortaleceu seus laços com Cuba e Venezuela, dois dos países mais hostis aos EUA na região, enquanto a China ofereceu armas e outros acordos.

Craddock disse que esse tipo de relação mostra a necessidade de os EUA gastarem dinheiro em ajuda e treinamento militar.

- Queremos ser os parceiros prioritários neste hemisfério.

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