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Os Estados Unidos decidiram ampliar o processo de paz, antes restrito a palestinos e israelenses, a outros países árabes. O processo, ainda em fase de consulta indireta, tem como objetivo resolver o conflito de Israel com a Síria e o Líbano, além do estabelecimento de relações do Estado judaico com as nações do Golfo Pérsico e do Norte da África. Outro efeito seria o isolamento do Irã.

Os primeiros sinais claros foram dados na semana passada pelo enviado especial dos EUA ao Oriente Médio, George Mitchell, depois de encontro com o presidente da Síria, Bashar Assad, em Damasco, e com o premiê libanês, Saad Hariri, em Beirute. Segundo o negociador americano, o presidente Barack Obama defende acordos de Israel com Síria e Líbano para contribuir para a paz na região.

A estratégia não é nova. Alguns assessores de política externa de Obama a defendem desde a campanha de 2008. No início do mandato, a chamada "via síria" chegou a ser prioridade em detrimento da palestina, antes de ser deixada de lado. Com a retomada nas negociações entre Israel e a Autoridade Palestina, os EUA decidiram reabrir os contatos com Damasco com o temor de um fracasso no diálogo entre o premiê Binyamin Netanyahu e o presidente palestino, Mahmoud Abbas.

Além disso, negociações com a Síria podem facilitar a estabilização do Iraque e o isolamento do Irã. No primeiro caso, americanos e sírios adotam posições similares em Bagdá, onde defendem um Estado não sectário. No caso do Irã, segundo artigo da revista Foreign Affairs escrito por Robert Malley e Peter Harling - analistas do International Crisis Group -, "negociações de paz entre Israel e a Síria afetariam mais os cálculos de Teerã que novas rodadas de sanções na ONU".

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