A Toyota se juntou ao governo norte-americano para investigar um fato curioso: por que os militantes do Estado Islâmico sempre aparecem em carros da montadora japonesa? O grupo extremista ocupa territórios na Síria e Iraque e travam uma batalha sangrenta com comunidades locais e forças internacionais.
A dúvida surgiu após a constatação de que na maioria das fotos e vídeos divulgados pelos terroristas os veículos utilizados são da marca. Os japoneses alegam que não vendem carros para compradores com intenção de modificá-los para atividades terroristas. O objetivo da ação conjunta, portanto, é saber como eles vão parar nas mãos do grupo.
À rede “ABC”, Lukman Failey, embaixador iraquiano nos Estados Unidos, disse acreditar que o grupo extremista adquiriu uma centenas de carros zero da Toyota nos últimos anos de uma fonte desconhecida. “O Land Cruiser e o Toyota Hilux se tornaram parte da ‘marca Estado Islâmico’”, explica Mark Wallace, ex-embaixador das Nações Unidas e colaborador em ações antiterrorismo.
Segundo o site “Quartz”, os veículos Toyota são preferência de organizações humanitárias, como a Cruz Vermelha. Isto torna a marca mais visível nos países em desenvolvimento -- uma possível explicação. Além disso, os terroristas podem roubar estes veículos ou comprá-los de forma ilegal destes agentes humanitários.
A escolha intriga um especialista na indústria automotiva, Tony faria, consultado pelo “Quartz”. “É claro que a Toyota faz ótimos carros. Mas as picapes da Detroit 3 [GM, Ford, e Chrysler] se destacam em termos de transporte e tração”, diz.
Não é a primeira vez que veículos da Toyota são usados por grupos extremistas. Al-Qaeda, Talibã e grupos sírios já foram fotografados com carros da marca japonesa.