Os EUA afirmaram nesta sexta (5) que estão formando o "núcleo de uma coalizão" para combater a milícia radical Estado Islâmico (EI), no Iraque, mas descartaram o envio de forças terrestres. "Precisamos atacá-los de forma que os impeça de conquistar território, além de reforçar as forças de segurança iraquianas e de outros países da região preparados para enfrentá-los, sem comprometer nossas próprias tropas", disse o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, durante encontro de dez países realizado no País de Gales, à margem da cúpula da Otan.
Os ministros da Defesa e de Relações Exteriores dos EUA, Reino Unido, França, Alemanha, Canadá, Austrália, Turquia, Itália, Polônia e Dinamarca se reuniram para discutir a estratégia contra a facção sunita que se apropriou de amplas faixas dos territórios iraquiano e sírio.
Em um comunicado conjunto, Casa Branca e Pentágono afirmam que, para ser efetiva, a coalizão deve coordenar apoio militar ao Exército iraquiano, frear o fluxo de combatentes estrangeiros, contra-atacar o financiamento e deslegitimar a ideologia da milícia radical. Nas últimas semanas, o EI assassinou dois jornalistas americanos - Steven Sotloff e James Foley - em represália pela decisão de Washington de lançar ataques à facção e ameaçou assassinar o refém britânico David Haines, que, aparentemente, está retido na Síria.
Irã
O líder supremo iraniano, aiatolá Khamenei, autorizou uma cooperação militar com forças americanas, iraquianas e curdas que lutam contra o EI no Iraque, disse nesta sexta (5) a rede britânica BBC. Apesar da relação frágil entre EUA e Irã desde a Revolução Islâmica de 1979, ambos veem o EI como ameaça. A facção sunita criou um califado (Estado que segue as leis islâmicas) nas áreas que controla na Síria e no Iraque, intimidando xiitas e minorias como cristãos e curdos.O Irã é um país de maioria xiita, e tradicionalmente se opõe à interferência dos EUA no Oriente Médio.