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Os Estados Unidos pediram na segunda-feira ao seu aliado Catar que esclareça detalhes sobre os mais de 50 milhões de dólares que o pequeno país árabe pretende doar à Autoridade Palestina, apesar dos apelos de Washington para não fornecer ajuda direta ao governo do Hamas, grupo que prega a destruição de Israel.

- Buscamos um pouco de clareza do governo do Catar sobre quais são exatamente as suas intenções, para quem exatamente eles pretendem dar o dinheiro e sob quais circunstâncias - disse Sean McCormack, porta-voz do Departamento de Estado dos EUA. - Vamos tentar buscar todos os fatos antes que tenhamos uma resposta mais definitiva.

A chancelaria do Catar diz que o dinheiro é a contribuição de 55 milhões de dólares que o governo prometeu ao Hamas em março, durante uma cúpula de líderes árabes.

Os Estados Unidos tentam convencer outros países a não darem dinheiro à Autoridade Palestina até que o Hamas reconheça a existência de Israel, abandone a violência e reconheça os tratados provisórios de paz.

McCormack disse que, mesmo que o Catar concretize a oferta e o Irã também entregue, como prometeu, mais 50 milhões de dólares, o dinheiro só daria para pagar 20 dias de salários aos funcionários públicos palestinos.

Desde que o Hamas assumiu o poder, há três semanas, Estados Unidos, União Européia e outros governos cortaram a ajuda financeira essencial para o funcionamento das instituições palestinas. Além disso, Israel suspendeu a transferência de impostos alfandegários coletados em nome dos palestinos.

McCormack disse que promessas anteriores feitas pelos países do Oriente Médio ao Hamas ainda não se concretizaram.

Washington promete impedir que qualquer verba dos EUA chegue diretamente ao Hamas, mas admite conceder assistência humanitária aos palestinos por intermédio de ONGs.

McCormack reiterou que os EUA não manterão contatos diretos com o Hamas e pediu a outros governos que façam o mesmo, especialmente após o atentado suicida de segunda-feira em Tel Aviv, que matou pelo menos nove pessoas e feriu 60. O atentado foi reivindicado pela Jihad Islâmica, e o Hamas disse que se tratou de "um resultado natural dos contínuos crimes israelenses contra o nosso povo".

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