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| Foto: Larry Downing/Reuters

Política

Plano de retirada vai depender de acordo com novo presidente afegão

Embora o atual presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, tenha se recusado a assinar qualquer acordo, autoridades norte-americanas estão confiantes de que qualquer um dos candidatos que buscam substituí-lo faria um pacto.

O acordo que os Estados Unidos devem propor ao Afeganistão prevê a redução à metade da presença militar no país até o fim de 2015. Seriam menos de 5 mil soldados e só em instalações militares em Cabul e na base aérea de Bagram, ao norte da capital afegã.

Para o fim de 2016, será terminada a transição com a manutenção dos soldados militares necessários para o trabalho requerido pela embaixada americana em Cabul, do mesmo modo que agora acontece no Iraque, onde a retirada foi concluída há pouco menos de três anos. Os 9,8 mil soldados americanos que permanecerão no Afeganistão desde começo de 2015 se somarão ao pessoal de outros parceiros da Aliança Atlântica (Otan), embora esse destacamento será determinado nos próximos meses, segundo indicou um alto funcionário da Casa Branca.

33 mil soldados dos EUA estão no Afeganistão atualmente. O número chegou a ser três vezes maior, entre 2010 e 2011. Durante a missão da Otan, 51 mil soldados, de 48 países, serviram no território afegão.

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O presidente Barack Obama anunciou ontem que os Estados Unidos vão encerrar sua missão no Afeganistão no final deste ano e manterão apenas 9,8 mil soldados no país. "Este é o ano em que vamos terminar a guerra mais longa dos Estados Unidos de uma forma responsável", garantiu o presidente no pronunciamento sobre o nível de tropas após o fim da missão da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

"Nossa missão terminará no final de 2014 e só manteremos um papel de assessores, não vamos voltar a patrulhar o Afeganistão, isso será algo que deixaremos para o povo afegão", explicou o presidente nos jardins da Casa Branca.

Atualmente, pouco menos de 33 mil soldados dos EUA estão no país, cerca de um terço do nível que chegou a ser atingido entre 2010 e 2011.

"Os Estados Unidos não buscaram esta luta, fomos ali por necessidade, depois que nossa nação foi atacada pela Al-Qaeda", justificou o presidente, que acrescentou que os soldados estiveram no país "por mais tempo do que qualquer um pudesse esperar".

Obama disse que este é o momento de "virar a página" de uma década de política externa marcada pelas guerras do Afeganistão e Iraque, algo que lembrou um dia antes de dar um discurso sobre sua política externa na academia militar de West Point.

Conflitos

Os 13 anos de conflito dos EUA estão ligados aos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, que motivaram a invasão do Afeganistão e depois intensificaram a Guerra do Iraque entre 2003-2011.

O líder esclareceu que para que a estratégia de retirada do Afeganistão seja realizada, será preciso assinar o mais rápido possível um acordo bilateral estratégico com o governo que sair do segundo turno da eleição presidenciais afegãs, que encerra o mandato de Hamid Karzai. Até o fim de 2016, os EUA devem retirar praticamente todos os soldados restantes. A Casa Branca disse em comunicado que "até o final de 2016, vamos diminuir a presença até chegar ao que se espera de uma presença normal de embaixada, com um gabinete de assistência de segurança em Cabul, como fizemos no Iraque".

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