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Os EUA retiraram a proibição de entrega de armas ao Batalhão Azov, uma antiga milícia que agora integra no Exército da Ucrânia, segundo confirmou nesta quarta-feira (12) o Departamento de Estado americano à Agência EFE.
Um porta-voz da diplomacia americana explicou que, após realizar uma revisão, o governo de Joe Biden “não encontrou provas de graves violações dos direitos humanos” cometidas pelo Batalhão.
A Lei Leahy de 1997 proíbe a prestação de assistência militar dos EUA a unidades militares estrangeiras que enfrentem “graves alegações de violações dos direitos humanos”.
O porta-voz não deu detalhes sobre quando começou a investigação nem o veto ao fornecimento de armas americanas à esta unidade ucraniana.
O Batalhão Azov nasceu como uma milícia voluntária em 2014, fundado por ucranianos nacionalistas para combater os separatistas pró-Rússia no leste do país.
Batizado com o nome do Mar de Azov, o Batalhão ganhou fama por recapturar a cidade de Mariupol das forças pró-Rússia em junho de 2014.
Mais tarde, ele foi incorporado na Guarda Nacional Ucraniana, profissionalizou-se e os seus atuais líderes negam ligações com qualquer tipo de extremismo.
A unidade deixou de usar como insígnia o "Wolfsangel", usado pelas SS na Alemanha nazista, e o substituiu por três espadas alinhadas que formam o símbolo estatal ucraniano, o tridente.
Para a Rússia, o Batalhão Azov é uma “milícia neonazista” e o Kremlin utiliza frequentemente essa acusação para justificar sua invasão em grande escala à Ucrânia, que começou em 2022.
O porta-voz do Departamento de Estado, no entanto, desacreditou o que considerou “propaganda russa” e afirmou que o atual Batalhão Azov nada tem a ver com suas origens nacionalistas. (Com Agência EFE)