O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden| Foto: Chris Kleponis/EFE/EPA/Pool
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O governo dos Estados Unidos vai retomar os voos de deportação para a Venezuela, após anos de congelamento da prática, como medida para dissuadir a migração rumo à sua fronteira sul, anunciaram as autoridades nesta quinta-feira (5).

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A Venezuela concordou em receber cidadãos que sejam deportados dos EUA, algo que não era possível até agora, uma vez que Washington e Caracas romperam relações diplomáticas em 2019 e o país sul-americano está sujeito a fortes sanções econômicas.

Os EUA não entraram em detalhes sobre como conseguiram que a Venezuela concordasse com os voos de deportação novamente.

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As autoridades americanas se limitaram a declarar que há "muito tempo" pedem ao regime de Nicolás Maduro para "receber os seus cidadãos".

Por sua vez, o Departamento de Estado disse que a decisão foi tomada após uma "discussão de alto nível" nesta quarta-feira (4), na Cidade do México, entre os governos dos EUA, México, Colômbia e Panamá sobre como "abordar a migração irregular" na região.

O anúncio surge em meio a um aumento das detenções de pessoas que tentam atravessar a fronteira entre EUA e México de forma irregular, com mais de 180 mil migrantes detidos só em agosto.

Os venezuelanos são um dos grupos que contribuíram para este aumento: em junho, foram detidos 11.506 venezuelanos e em agosto este número subiu para 22 172.

As autoridades americanas não podiam, até então, deportar para a Venezuela os venezuelanos que não preenchiam os requisitos para permanecer legalmente nos EUA.

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No entanto, no âmbito de um acordo com o México, os Estados Unidos tinham a possibilidade de fazer retornar um determinado número de venezuelanos por mês através da fronteira. Esta prática, segundo as autoridades, continuará a acompanhar os voos de deportação.

Os EUA já identificaram "vários indivíduos" sob sua custódia que serão enviados de volta à Venezuela em um primeiro voo de deportação "nos próximos dias", acrescentaram.

Esta decisão, explicou uma das fontes, mostra o empenho dos EUA "em impor consequências para os transeuntes irregulares da fronteira".

"É uma consequência direta para os indivíduos que não aproveitaram as vias legais de migração que expandimos", disse o funcionário.

Desde outubro do ano passado, o governo de Joe Biden tem implementado um programa de autorização humanitária, conhecido como "parole", que permite aos venezuelanos que têm um patrocinador nos EUA viajar para o país.

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Ao mesmo tempo, na semana passada, foi ampliado o status de proteção temporária (TPS) aos venezuelanos que chegaram aos EUA antes de 31 de julho, permitindo que tenham condição legal.

No entanto, a lei estipula que só se pode pedir asilo quando já está em território americano, razão pela qual as pessoas que buscam esta proteção tentam se apresentar na fronteira sul dos EUA.

Desde maio deste ano, o governo dos EUA impôs uma série de medidas que restringem o acesso ao asilo na fronteira, exigindo que as pessoas façam uma marcação em um aplicativo chamado CBP One, para solicitar proteção nos diferentes portos de entrada.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]