Em Abbottabad, no Paquistão, pedreiro trabalha perto do complexo onde vivia e foi morto o terrorista Osama bin Laden. A casa foi demolida e hoje há apenas um terreno baldio| Foto: Saul Loeb/AFP

Autoridades norte-americanas se preparam para divulgar na internet parte dos últimos escritos de Osama Bin Laden (1957-2011).

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O chefe de contraterrorismo da Casa Branca, John Brennan, disse que os documentos liberados serão disponibilizados on-line pelo Centro de Combate ao Ter­­rorismo do Exército, da Academia Militar norte-americana, nesta semana.

Os documentos foram recolhidos pelos integrantes do comando da Marinha no complexo onde Bin La­­den estava escondido, em Abbottabad, no Paquistão, em 2 de maio do ano passado, após a morte do líder da Al-Qaeda.

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Em meio aos documentos, há correspondência do ex-líder com afiliados e seu diário, escrito à mão.

"Nos documentos que apreendemos, [Bin Laden] falou de ‘desastre atrás de desastre’", disse Brennan, ao anunciar que o material será publicado pelo Centro de Combate ao Terrorismo de West Point.

Às vésperas do aniversário da morte de Bin Laden em um ataque das forças­­ especiais americanas, Bren­­nan disse que os analistas da inteligência americana perceberam que a Al-Qaeda estava enfrentando problemas ao substituir seus líderes mortos em operações americanas.

A situação ficou tão ruim para o grupo que planejou o 11 de Setembro que Bin Laden considerou mudar o nome da organização. "Per­­dendo seus líderes mais habilidosos e experientes tão rapidamente, a Al-Qaeda teve problemas para substituí-los", disse Brennan. "Esta é uma das muitas conclusões que fomos capazes de tirar a partir dos documentos encontrados no complexo de Bin Laden."

Alguns desses documentos serão publicados on-line pela primeira vez esta semana e mostram que Bin Laden pediu aos líderes do movimento "para fugir para as regiões tribais do Paquistão e buscar refúgio em áreas livres de fotografias aéreas e bombardeios".

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Ele acrescentou que a Al-Qaeda ainda estava lutando para preencher as principais lideranças sob o intenso ataque dos EUA. "Sob intensa pressão nas regiões tribais do Paquistão, eles tinham menos lugares para treinar e formar a próxima geração de agentes".

"Eles estão lutando para atrair novos recrutas. A disposição é pouca, com a inteligência indicando que alguns membros estão desistindo e voltando para casa, sem dúvida, conscientes de que esta é uma luta que eles nunca vão vencer. Em resumo: Al-Qaeda estava perdendo feio. E Bin Laden sabia disso", disse.