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EUA revelam reserva mineral estimada em US$1 tri no Afeganistão

Os depósitos minerais inexplorados do Afeganistão podem valer mais de 1 trilhão de dólares, disse o Pentágono nesta segunda-feira, numa descoberta que pode alterar a economia do país e contribuir com os esforços dos Estados Unidos para fortalecer o governo afegão.

O coronel David Lapan, porta-voz do Pentágono, disse que uma força-tarefa encarregada de estudar os recursos do país descobriu jazidas significativas de cobre, ferro, ouro, mercúrio, enxofre, cromo, talco-magnesita e carbonato de potássio, além da presença de fluorita, berílio e lítio, entre outros.

"É certamente uma boa notícia em potencial, especialmente para o Afeganistão", disse Lapan. "Se pudermos assistir os afegãos no desenvolvimento desses recursos, isso certamente tem potencial para agregar muito à economia deles."

Mas especialistas alertam que superar os desafios na exploração desses recursos é algo que pode levar décadas. O país tem pouca infraestrutura, está imerso numa guerra violenta e tem fama de possuir autoridades corruptas.

A riqueza mineral está espalhada por todo o país, inclusive no sul e no leste, regiões onde a presença da guerrilha Taleban é mais intensa.

A força-tarefa que avaliou os recursos minerais afegãos foi composta por membros do Pentágono, do Departamento de Estado e do Departamento de Pesquisas Geológicas dos EUA, em conjunto com funcionários do ministério afegão das Minas.

O trabalho foi parte de um esforço mais amplo para identificar o potencial econômico do Iraque e do Afeganistão, e ajudar os respectivos governos a atrair investimentos para desenvolver seus recursos.

Lapan disse que esse trabalho é parte da "estratégia de contrainsurgência." "Esse é o braço econômico do qual falamos, mas que recebe pouquíssima atenção."

A análise sobre o Afeganistão abordou todos os setores, dos recursos minerais à produção agrícola e à fabricação de tapetes e outros itens. A força tarefa de avaliação econômica existe desde 2006, inicialmente com mais foco no Iraque.

Em 31 de janeiro, o presidente afegão, Hamid Karzai, já havia dito que seu país possui uma riqueza mineral de 1 trilhão de dólares, valor baseado nos preços praticados no fim de 2009.

Lapan disse a jornalistas que a cifra pode estar subestimada. O jornal The New York Times disse nesta segunda-feira que a riqueza mineral do Afeganistão é tão grande que no futuro o país pode se tornar um dos grandes centros da mineração global.

Um memorando do Pentágono citado pelo jornal diz que o país pode vir a ser "a Arábia Saudita do lítio", matéria-prima de baterias de produtos eletrônicos.

A avaliação sobre o potencial mineral afegão deve acirrar a disputa entre atores regionais, como China, Índia e até Rússia, por uma maior participação na exploração desses recursos.

Duas firmas chinesas já decidiram investir 4 bilhões de dólares na enorme mina de cobre de Aynak, maior investimento civil já feito no país.

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