Os Estados Unidos iniciaram nesta quarta-feira (15) uma rodada de sanções contra o governo do ditador da Nicarágua, Daniel Ortega, afetando dezenas de funcionários e empresas por atentarem contra os direitos humanos e serem “cúmplices da exploração de migrantes”.
Funcionários de alto escalão da Casa Branca informaram em entrevista coletiva que o Departamento de Estado impôs restrições de visto a mais de 250 pessoas, incluindo dezenas de membros do governo nicaraguense e seus familiares, por apoiarem “o ataque do regime de Ortega e Murillo aos direitos humanos”.
Além disso, foi emitido um alerta policial internacional para informar o setor de aviação sobre as formas pelas quais os contrabandistas estão facilitando a migração ilegal e para lembrar o setor das “principais medidas que devem ser tomadas para evitar a cumplicidade com essas ações”.
“O governo de Ortega e de sua esposa é responsável por armar e lucrar com migrantes desesperados e vulneráveis que vendem vistos na chegada”, de acordo com os EUA.
“As ações do governo nicaraguense são de grande preocupação, pois o presidente [sic] Daniel Ortega e a vice-presidente Rosario Murillo implementaram políticas de imigração permissivas, como o limite de 96 horas, que introduziram oportunidades para explorar os migrantes e incentivar viagens irregulares perigosas para a fronteira sudoeste dos EUA”, disseram.
Entre os sancionados pelo Departamento de Estado, estão policiais e paramilitares, agentes penitenciários, promotores, juízes e funcionários públicos de ensino superior.
Em uma ação paralela, o Departamento do Tesouro sancionou várias entidades, incluindo o centro de treinamento do Ministério do Interior da Rússia em Manágua por “apoiar as atividades repressivas da Polícia Nacional da Nicarágua para processar a oposição política”.
E também empresas de mineração “afiliadas ao governo” que comercializam ouro e “geram receita para o regime de Ortega e Murillo”.
Após as sanções, todos os americanos serão proibidos de fazer transações com essas entidades e todos os ativos que elas possuem nos EUA serão bloqueados.
“Estamos profundamente preocupados com as formas pelas quais o regime de Ortega-Murillo continua a se envolver em uma campanha repressiva que silencia a sociedade civil e detém injustamente indivíduos que exercem suas liberdades fundamentais”, disseram as fontes.