O ministro dos Serviços Penitenciários, Julio García Zerpa, foi um dos alvos das sanções anunciadas nesta quarta-feira| Foto: EFE/Miguel Gutiérrez
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Os Estados Unidos aplicaram sanções nesta quarta-feira (27) contra 21 autoridades da Venezuela sob as acusações de repressão e de tentar “roubar as eleições presidenciais” de 28 de julho, nas quais foi proclamada a reeleição do ditador Nicolás Maduro, um resultado questionado pela oposição e grande parte da comunidade internacional.

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Esta nova rodada de sanções chega depois de o governo de Joe Biden, que passará o bastão ao republicano Donald Trump em 20 de janeiro, ter reconhecido o opositor Edmundo González Urrutia como presidente eleito da Venezuela.

Na lista dos sancionados pelo Departamento de Tesouro americano estão o ministro do Gabinete da Presidência, Aníbal Coronado; o da Comunicação, Freddy Ñáñez; e o dos Serviços Penitenciários, Julio García Zerpa.

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Também constam os nomes de oficiais superiores da Guarda Nacional Bolivariana, da Polícia Nacional Bolivariana, do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin) e da Direção Geral de Contrainteligência Militar (DGCIM), que são acusados de “reprimir violentamente as manifestações pacíficas” após as eleições.

Entre eles, estão Alexis Rodríguez Cabello, diretor do Sebin e primo do ministro do Interior, Justiça e Paz, Diosdado Cabello, e também o chefe da DGCIM e da Guarda de Honra Presidencial, Javier Marcana Tabata.

Segundo esta decisão, todas as propriedades dos sancionados nos Estados Unidos estão bloqueadas e está proibida a realização de transações financeiras com essas pessoas.

Até esta quarta-feira, o Tesouro dos EUA já sancionou 150 venezuelanos e uma centena de entidades no país caribenho por empreenderem ações antidemocráticas.

Nas eleições de 28 de julho, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou a reeleição de Nicolás Maduro como presidente da Venezuela, mas o organismo nunca publicou as atas com os resultados desagregados.

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Por sua vez, a Plataforma Unitária Democrática (PUD), principal coligação de oposição no país, apresentou atas que comprovam a vitória do seu candidato, González, que desde setembro está exilado na Espanha e denuncia ser alvo de uma perseguição por parte das autoridades venezuelanas.

Em entrevista à Agência EFE na última segunda-feira, González Urrutia confirmou a intenção de viajar a Caracas para tomar posse no dia 10 de janeiro e afirmou que está “moralmente preparado” para sua eventual detenção na Venezuela.

“Nicolás Maduro e aqueles que o rodeiam nunca estiveram tão isolados antes”, disse um funcionário de alto escalão dos EUA em uma conversa por telefone com repórteres nesta quarta-feira.

Os Estados Unidos reconheceram González como vencedor das eleições devido às “evidências contundentes” da sua vitória, e em 19 de novembro o chamaram pela primeira vez de presidente eleito.

O funcionário americano disse a este respeito que cabe a cada país tomar este tipo de decisões, mas frisou que fazer este reconhecimento “aumenta a pressão” sobre Maduro.

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Em 2019, o primeiro governo de Donald Trump liderou o reconhecimento internacional ao então líder da oposição venezuelana Juan Guaidó como “presidente interino” do país, embora o opositor nunca tenha chegado de fato ao poder.