Os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira (18) sanções contra 12 pessoas relacionadas às táticas violentas e coercitivas do Irã, após a onda de protestos sociais no país e no exterior por Mahsa Amini, detida por supostamente usar incorretamente o véu islâmico e morta enquanto estava sob custódia da polícia, há dois anos.
As novas medidas têm como alvo integrantes da Guarda Revolucionária, funcionários da Organização de Prisões Iranianas e os responsáveis por operações letais no exterior.
Os EUA tomaram as medidas em coordenação com Austrália e Canadá, que também estão implementando novas sanções nesta semana contra os responsáveis por abusos dos direitos humanos no Irã, explicou o Departamento de Estado em comunicado.
Várias das pessoas sancionadas nesta quarta-feira, cujas identidades não foram divulgadas, são responsáveis por abusos de direitos humanos, ações relacionadas a mortes e repressão violenta de prisioneiros que protestavam contra suas condições e pelo uso de tortura e agressão sexual contra prisioneiros, além da negação de atendimento médico a prisioneiros políticos e o sequestro de críticos do regime no exterior.
“Nos dois anos que se passaram desde o assassinato sem sentido de Mahsa Zhina Amini sob a custódia da chamada Polícia da Moralidade do Irã, o regime iraniano continuou a violar sistematicamente os direitos humanos do povo iraniano”, diz a declaração.
A prisão e a morte da mulher iraniana “por desafiar as leis obrigatórias do regime sobre o hijab”, acrescenta a nota, provocaram um movimento nacional e um apelo: “Mulheres, vida, liberdade”.
“O governo iraniano respondeu a esse movimento com uma repressão brutal, incluindo assassinatos, tortura, violência sexual e outros atos de repressão. Os Estados Unidos continuam empenhados em expor e sancionar as autoridades iranianas responsáveis por violações dos direitos humanos”, enfatizou o Departamento de Estado.