O governo dos Estados Unidos está se preparando para enviar ajuda armamentista à oposição síria para que combata o regime de Bashar al Assad, informou nesta terça-feira (30) o jornal "The Washington Post". Segundo a publicação, que cita fontes dentro da administração Obama, Washington se prepara para adotar um papel mais agressivo em sua estratégia para acabar com o governo Assad, que há dois anos combate forças rebeldes em todo o país.
A Casa Branca considera seriamente "passar à ajuda que tenha diretamente um propósito militar", afirmaram as fontes. Obama disse nesta terça-feira (30) em entrevista coletiva que a evidência que o regime sírio teria utilizado armas químicas ainda poderia "mudar as regras do jogo" e obrigaria a "repensar as opções" que os Estados Unidos têm sobre a mesa.
No entanto, o presidente foi cauteloso ao dizer que deve dispor de fatos concretos sobre o uso desse armamento porque não sabe "como, quando, ou quem as usou".
Segundo um membro do governo americano consultado, "Obama não fechou a porta à possibilidade de outra ação militar", em resposta aos pedidos para que os Estados Unidos ajam contra o poderio militar aéreo do exército sírio leal a Assad.
Em ligação telefônica ontem, Obama expressou ao presidente russo, Vladimir Putin, sua preocupação pelo possível uso de armas químicas, algo que Washington espera que possa alterar a postura do apoio de Moscou para com o regime de Assad.
Segundo o "Washington Post", a Casa Branca tomará uma decisão definitiva sobre o envio de armas à oposição síria após a viagem na próxima semana do secretário de Estado, John Kerry, a Moscou, onde se reunirá com seu colega, Sergei Lavrov.
As fontes acreditam que a decisão final estará ponta para ser anunciada antes de Obama e Putin se encontrarem na cúpula do G8, em junho, na Irlanda do Norte.
Até o momento, os Estados Unidos só prestam socorro humanitário e assistência "não letal" a grupos opositores sírios.
O conflito civil na Síria começou em março de 2011 e já deixou mais de 70 mil mortos, além de um número de deslocados que passa de 2 milhões, segundo dados das Nações Unidas.