O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que a saída do ICPA indica que “os EUA estão gradualmente cortando funções desnecessárias”| Foto: EFE/EPA/YURI KOCHETKOV
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Os Estados Unidos se retiraram de um grupo multinacional criado para reunir evidências de crimes à luz do direito internacional praticados por líderes responsáveis ​​pela invasão à Ucrânia, segundo apuração do The New York Times.

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Segundo informações do jornal, a retirada americana do Centro Internacional para o Ajuizamento do Crime de Agressão contra a Ucrânia (ICPA, na sigla em inglês) foi confirmada numa mensagem interna da Agência da União Europeia para Cooperação em Justiça Criminal (Eurojust), à qual o centro está vinculado.

“As autoridades dos EUA me informaram que encerrarão seu envolvimento no ICPA [até o final de março]”, disse Michael Schmid, presidente da Eurojust, em uma carta para circulação interna no ICPA obtida pelo The New York Times.

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Os Estados Unidos integravam o grupo desde 2023, que visa investigar e reunir evidências sobre agressões sob o direito internacional e tratados que violam a soberania de outros países e não são iniciados em legítima defesa, para servir de base a processos futuros.

Além de investigar líderes da Rússia, como o ditador Vladimir Putin, o ICPA apura responsabilidades de agentes de Belarus, Coreia do Norte e Irã.

Os Estados Unidos foram o único país fora da Europa a cooperar com o grupo, enviando um promotor sênior do Departamento de Justiça a Haia para colaborar com investigadores da Ucrânia, dos Estados Bálticos e da Romênia.

O governo Trump não deu nenhuma razão para se retirar do grupo, além da mesma explicação para outras medidas políticas e de pessoal: a necessidade de redistribuir recursos, segundo disseram pessoas familiarizadas com a situação ao NYT, que falaram sob condição de anonimato porque não estavam autorizadas a discutir as medidas publicamente.

O Kremlin opinou nesta segunda-feira (17) que os Estados Unidos estão cortando gastos desnecessários com a retirada de Washington do ICPA.

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“Os EUA estão gradualmente cortando funções desnecessárias”, disse o porta-voz presidencial russo, Dmitri Peskov, segundo a agência de notícias Interfax. Peskov acrescentou que a atitude de Washington significava que sua presença no centro era “desnecessária”.