O governo dos Estados Unidos criticou o presidente sírio Bashar Al-Assad por ele ter dito que "conspiradores" estão por trás dos protestos contra seu regime. Washington afirmou que ele está ignorando os pedidos de reformas políticas da população. Mark Toner, porta-voz do Departamento de Estado, afirmou que o estado de emergência no país deveria ser revogado.

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O presidente sírio fez um discurso nesta quarta-feira (30) no Parlamento. Esperava-se que ele encerrasse o estado de emergência, em vigor desde 1963, mas ele fez apenas uma breve referência aos protestos contra seu regime. Al-Assad disse que é a favor de reformas e reconheceu que o governo tem se atrasado neste aspecto. "A questão é que tipo de reformas nós precisamos", afirmou, sem dar maiores detalhes.

Segundo o porta-voz norte-americano, o discurso "não teve muita substância e também não falou nada sobre reformas específicas" no sistema político. Após o discurso ocorreu um momento de tumulto, quando uma mulher tentou se aproximar de Al-Assad na saída do Parlamento. Ela foi afastada pelos seguranças e o carro do mandatário partiu em alta velocidade.

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Na terça-feira, Al-Assad demitiu os 32 ministros do gabinete em um gesto para acalmar os manifestantes, mas a medida foi em grande parte simbólica. Rime Allaf, uma especialista síria da Chatham House, disse que o discurso indica que o presidente não quer mostrar qualquer sinal de fraqueza. "Na questão das reformas, a mensagem dele foi: 'Nós não queremos ser pressionados, já estamos fazendo isso e deixaremos que vocês saibam quando estivermos prontos'", comentou.

A questão sectária é explosiva, porque a Síria é um país de maioria islâmica sunita governado por uma minoria alauita (um ramo xiita) ao qual pertencem o presidente e sua família. Embora a liberdade econômica tenha sido relativamente favorecida pelo regime, a Síria permanece um país pobre. Com 23 milhões de habitantes, a renda per capita está ao redor de US$ 4.800 por ano. As informações são da Associated Press e da Dow Jones.