A Casa Branca suspendeu alguns privilégios que Hong Kong tinha na importação de tecnologias americanas, alegando que a cidade está perdendo sua autonomia devido à interferência do governo central da China.
Nesta segunda-feira (29), pouco antes de a nova lei de segurança nacional ser assinada pelo presidente chinês Xi Jinping, o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, disse em comunicado que a aprovação da legislação em Pequim aumenta as preocupações do governo americano quanto à transferência de tecnologia à ilha e que por isso suspendeu regulamentos que permitem tratamento especial a Hong Kong, incluindo privilégios de licença de exportação, os quais a China continental não usufrui.
"Com a imposição do Partido Comunista Chinês de novas medidas de segurança em Hong Kong, o risco de que a tecnologia sensível americana seja desviada para o Exército de Libertação Popular ou ao Ministério da Segurança do Estado aumentou, ao mesmo tempo em que prejudica a autonomia do território", afirmou Ross, acrescentando que outras ações para eliminar o tratamento diferenciado de Hong Kong também estão sendo avaliadas.
Entre essas tecnologias sensíveis estão computadores de alta capacidade, lasers e ligas metálicas. A partir de agora, as importadoras de Hong Kong devem enfrentar mais burocracia para comprar essas tecnologias americanas.
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, reforçou o posicionamento do departamento de Comércio, afirmando que os EUA parariam de exportar equipamentos de defesa americanos para Hong Kong por questões de segurança.
"Os Estados Unidos são forçados a tomar essa ação para proteger a segurança nacional dos EUA. Não podemos mais distinguir entre a exportação de itens controlados para Hong Kong ou para a China continental", disse Pompeo nesta segunda-feira.
A lei de segurança nacional de Hong Kong foi aprovada por legisladores chineses em Pequim nesta terça-feira (3), proibindo atos de secessão, subversão, terrorismo e interferência estrangeira em Hong Kong. Estados Unidos e outros países ocidentais acreditam que esta é uma clara violação da política "um país, dois sistemas", que garantia a autonomia da cidade diante do governo comunista da China ao menos até 2047.
No mês passado, quando a China anunciou que elaboraria uma lei de segurança nacional para Hong Kong sem consultar os cidadãos honcongueses, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, avaliou que os EUA já não podem mais garantir que Hong Kong é uma cidade politicamente autônoma da China.
Na ocasião, o presidente Donald Trump disse que os EUA iniciariam o processo de eliminação de isenções para Hong Kong, incluindo controles de exportação de tecnologias de uso civil e militar.
Resposta da China
A China não se mostrou preocupada com a notícia de que os EUA estão eliminando o tratamento preferencial de Hong Kong, dizendo que as ações dos americanos "estão fadadas ao fracasso".
"Não importa o quanto clamam os manifestantes e os separatistas, quanto as forças externas anti-China aumentem a pressão, ninguém pode parar a determinação e a ação da China para promover a legislação de segurança nacional em Hong Kong", disse Zhao Lijian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.
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