
Reforço
Guiné recorre a médicos aposentados para combater epidemia
Estadão Conteúdo
O presidente da Guiné, Alpha Conde, pediu que médicos aposentados do país voltem ao trabalho para ajudar o sistema de saúde a combater a epidemia de ebola. A solicitação foi feita na noite da terça-feira e já levou alguns profissionais a voltar à ativa, apesar de muitos médicos terem deixado o país com medo da doença. Ibrahima Balde, médico de um hospital do distrito de Coyah, a 50 quilômetros da capital, disse que funcionários da área de saúde deixaram os postos quando um caso de ebola foi descoberto na semana passada. O ministro das Comunicações, Makanra Kake, disse ontem que 76 médicos foram infectados e 37 deles morreram desde março. Juntamente com a Libéria e com Serra Leoa, a Guiné foi fortemente atingida pela epidemia, com 1.350 pessoas contaminadas e 778 mortas. Dados indicam que a epidemia atual, que já matou milhares de pessoas, começou nas florestas da Guiné. Nas próximas semanas, Nigéria e Senegal podem ser declarados livres do surto de ebola, caso não seja reportado nenhum caso novo da doença.
132 pessoas que estavam no avião em que a enfermeira Amber Vinson viajou serão entrevistadas e monitoradas. As chances de alguém ter sido contaminado dentro da aeronave são baixas. Nina Pham, a primeira enfermeira infectada, passa bem.
70%
A Organização Mundial da Saúde admite que, até dezembro, entre 5 mil e 10 mil novos casos do ebola serão registrados por semana no mundo. Ela também divulgou que 70% dos contaminados na epidemia atual não sobrevivem (taxa aumentou nos últimos meses). Um plano para melhorar o atendimento aos pacientes está em curso.
O caso de mais uma enfermeira contaminada pelo ebola nos EUA e a divulgação de que ela viajou em um avião comercial aumentaram o pânico da população e reacenderam o debate sobre a eficácia das medidas tomadas pelo governo.
Amber Alegría Vinson, de 29 anos, foi diagnosticada com o vírus depois de participar do atendimento ao liberiano Thomas Duncan, que morreu no dia 8 passado. É a segunda funcionária de saúde infectada nessas condições.
Na última segunda-feira, um dia antes de ter febre e ser encaminhada ao hospital, Vinson viajou em um avião comercial de Cleveland (Ohio) para Dallas (Texas). Por causa disso, o Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC) dos EUA anunciou que os 132 passageiros serão entrevistados e, os que tiverem risco de contágio confirmado, serão monitorados por 21 dias (tempo de incubação do vírus).
De acordo com o Departamento de Saúde de Cleveland, Vinson viajou para a cidade para visitar a família. Os três familiares com quem ela teve contato estão sendo monitorados.
Vinson faz parte da equipe de 76 funcionários que tratou de Duncan e que está sendo avaliada depois da divulgação, na segunda, de que a enfermeira Nina Pham, de 26 anos, estava contaminada.
De acordo com o diretor do CDC, Thomas Frieden, por ter tido contato com uma pessoa doente, e sabendo do caso de Pham, a enfermeira não poderia ter viajado em um avião comercial.
"A orientação do CDC nesses casos aponta a necessidade de movimento controlado. Isso significa que ela poderia viajar em um carro, ou um avião fretado, mas não em um transporte público", disse. Embora esta seja a orientação geral do centro em casos de doenças infecciosas, não havia nenhum responsável por supervisionar a aplicação desses padrões.
A enfermeira viajou para Cleveland na sexta-feira passada, antes da divulgação do diagnóstico de Nina Pham.
Frieden ressaltou que o risco de algum passageiro no avião ter se contaminado é extremamente baixo. "Ela não tinha febre, nem vomitou na aeronave", afirmou.
Regras
A contaminação pelo ebola só acontece quando o paciente já desenvolveu os sintomas da doença. Além disso, é preciso ter contato com os fluidos do doente para ser infectado. Não é possível pegar ebola apenas respirando o mesmo ar. A enfermeira Amber Vinson foi transferida ontem para um hospital em Atlanta.
Protocolo
Funcionários médicos na África e fora dela estão contraindo ebola mesmo com o equipamento de proteção que teria de evitar a infecção. Na África, 416 profissionais de saúde foram infectados e 233 morreram. Entre os Médicos sem Fronteiras, só dois se contaminaram. A ONG segue um protocolo rígido de segurança.
Desafiados, governadores da oposição refutam culpa pela inflação e antecipam debate de 2026
Trump muda jogo político da Europa e obriga países a elevarem gastos com defesa
Preço dos alimentos não cai com ameaças, mas com responsabilidade
A inflação do grotesco: três porquinhos são deixados para morrer em exposição
Deixe sua opinião