A Casa Branca tentou evitar nesta quarta-feira um incidente diplomático com Israel após a divulgação de um diálogo privado entre o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e Barack Obama no qual este se mostrava crítico ao premiê israelense, Benjamin Netanyahu.
Obama "trabalha muito de perto com o primeiro-ministro Netanyahu. Os dois conversam com muita frequência", declarou à imprensa o conselheiro adjunto de Segurança Nacional americano, Ben Rhodes.
"Acredito que o presidente Obama passou mais tempo em diálogos diretos com ele do que com qualquer outro líder. Isso se deve ao fato de Estados Unidos e Israel terem relações muito próximas sobre questões de segurança e sobre valores", completou.
Rhodes também destacou que Obama dedicou muito tempo durante a cúpula do G-20 na semana passada, na qual ocorreu o diálogo com Sarkozy, para promover a posição americana de se opor à tentativa dos palestinos de serem reconhecidos como um Estado em diversos órgãos internacionais.
A Casa Branca negou-se na terça-feira a fazer comentários sobre a conversa entre Obama e Sarkozy.
A divulgação das declarações de Obama gerou críticas nos Estados Unidos, principalmente do favorito segundo as pesquisas para ser o candidato presidencial dos republicanos, Mitt Romney.
"Em um momento em que o Estado judaico está isolado e ameaçado, não precisamos de um presidente americano que trate com desdém as relações privilegiadas que nos unem com Israel", declarou Romney, ex-governador de Massachusetts.
"Não posso vê-lo, é um mentiroso", disse Sarkozy a Obama durante um encontro bilateral na cúpula do G-20 em Cannes (sudeste da França) em referência a Netanyahu. "Você está cheio dele, mas eu tenho que tratar com ele todos os dias", respondeu o americano.
Este diálogo, divulgado pelo site francês especializado em meios de comunicação Arrêt sur Images e confirmado à AFP por vários jornalistas, foi escutado por engano.