A Casa Branca afirmou ontem que os Estados Unidos ainda não têm um prazo para comprovar o uso de armas químicas na Síria, embora tenha dito na quinta-feira que tinha provas da possibilidade do uso do armamento pelo regime de Bashar Assad.
Segundo o Departamento de Defesa, foram encontradas evidências em "diferentes graus de convicção" do uso de gás sarin pelo governo na repressão aos rebeldes. O uso do armamento, proibido pela ONU, foi colocado como condição pelo presidente Barack Obama para uma intervenção militar no país árabe. O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse que não há um cronograma fixo e que os investigadores levam mais em consideração os fatos que estão surgindo que o tempo de avaliação.
"Nós seguimos trabalhando para construir a partir das avaliações feitas pela comunidade de inteligência, cujos graus de convicção variam, pois isto não é uma questão hermética", disse.
Ao ser perguntado se o presidente dos EUA, Barack Obama, iria considerar uso de força militar entre as opções, não como a única, de uma série de medidas a serem tomadas caso seja confirmado o uso de armas químicas Carney respondeu: "Ele mantém todas as opções para responder a isso, todas as opções".
"Muitas vezes na discussão, quando as pessoas mencionam que todas as opções estão sobre a mesa, todo mundo só fala sobre a força militar. É importante lembrar que existem opções disponíveis para um comandante-chefe em uma situação como esta, que incluem, mas é exclusivo, essa opção", afirmou.
ONU
Ontem, a oposição síria pediu à Organização das Nações Unidas (ONU) que autorize o envio de forças de paz para tentar dar fim aos dois anos de crise na Síria. O pedido foi feito em outras ocasiões para derrubar o regime de Assad, mas é barrado por Rússia e China, que têm poder de veto no Conselho de Segurança.
Os rebeldes acusam o regime de Assad de usar as armas químicas. Por outro lado, o governo negou e acusou os insurgentes e grupos vinculados à rede terrorista Al-Qaeda de terem aplicado o armamento contra civis em Aleppo, no norte do país.
ConflitoObama pede investigação sobre métodos de Assad
O presidente dos EUA, Barack Obama, prometeu ontem realizar uma investigação profunda sobre o possível uso de armas químicas na Síria e alertou que, se for comprovado que isso está ocorrendo, mudará o "cálculo" sobre como agir em relação à crise no país, que já dura dois anos e matou mais de 70 mil pessoas.
"Nós vamos realizar uma investigação muito vigorosa, e vamos consultar nossos aliados na região bem como a comunidade internacional e as Nações Unidas para assegurar que estamos investigando tão eficazmente e rapidamente quanto possível", disse o americano.
Nas declarações feitas na Casa Branca, ao lado do rei Abdullah II, da Jordânia, Obama destacou que manterá a cautela, dado que as avaliações dos serviços de inteligência ainda são inconclusivas.
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