Ouça este conteúdo
Os Estados Unidos iniciaram o processo de “realocação temporária” de sua embaixada na Ucrânia, que suspenderá as operações na capital, Kiev, e passará a funcionar na maior cidade do oeste do país, Lviv, perto da fronteira com a Polônia.
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse em comunicado que ordenou a mudança por “prudência” e para garantir “a segurança dos funcionários”.
“Estamos no processo de transferir temporariamente nossas operações da embaixada de Kiev para Lviv, devido à drástica aceleração no aumento das tropas russas (na fronteira com a Ucrânia)”, afirmou Blinken.
A decisão foi tomada dois dias depois de os Estados Unidos ordenarem a saída de funcionários não essenciais de sua embaixada na Ucrânia e a suspensão dos serviços consulares na legação.
Segundo o The Wall Street Journal, o Departamento de Estado ordenou a destruição de computadores e outros equipamentos de rede na embaixada na capital ucraniana, bem como o desmantelamento do sistema telefônico da missão.
Os materiais confidenciais armazenados na embaixada chegaram ao aeroporto de Dulles, nos arredores de Washington, no domingo (13), junto com 56 funcionários da embaixada, de acordo com um documento interno obtido pelo jornal.
Blinken reiterou sua declaração de que a transferência das operações da embaixada para Lviv, a cerca de 70 quilômetros da fronteira polonesa, é uma “medida de precaução” que “de nenhuma forma prejudica” o compromisso dos EUA com a Ucrânia.
“Recolocaremos nosso pessoal na embaixada (em Kiev) assim que as condições permitirem”, prometeu.
O chefe da diplomacia dos EUA destacou que os cidadãos americanos ainda na Ucrânia deveriam “deixar o país imediatamente”, três dias depois que a Casa Branca lhes pediu que o fizessem dentro de 48 horas, no máximo.
“O caminho da diplomacia permanece disponível se a Rússia decidir tomá-lo de boa fé”, disse Blinken.
As tensões entre Kiev e Moscou vêm aumentando desde novembro do ano passado, depois que a Rússia posicionou mais de 100 mil militares perto da fronteira com a Ucrânia, elevando o alerta no país vizinho e no Ocidente sobre possíveis preparativos para uma invasão.
Os EUA insistem que um ataque russo à Ucrânia pode ser “iminente”, enquanto a Rússia nega estar planejando uma invasão e afirma ter o direito soberano de estacionar tropas em qualquer parte de seu território.