Os EUA enviaram investigadores para ajudarem a Turquia a apurar o desaparecimento do jornalista saudita Jamal Khashoggi, afirmou o presidente Donald Trump nesta quinta-feira (11). "Estamos sendo muito duros. Mandamos investigadores para lá e estamos trabalhando com a Turquia, e francamente, estamos trabalhando com a Arábia Saudita. Queremos descobrir o que aconteceu", afirmou à Fox News.
Questionado sobre uma reportagem do Washington Post segundo a qual a inteligência americana interceptou comunicações indicando um plano orquestrado pelo príncipe saudita Mohammed bin Salman para deter o jornalista, Trump disse: "Isso seria muito triste, e saberemos em um futuro muito próximo".
Trump disse, no entanto, que "não seria aceitável" um bloqueio às vendas de armas americanas para a Arábia Saudita em resposta ao caso. "Que bem isso nos faria?", afirmou a repórteres no Salão Oval. Em sua primeira viagem internacional como presidente, Trump visitou a Arábia Saudita e anunciou um acordo de US$ 110 bilhões (cerca de R$ 410 bilhões) para a venda de armas.
Seu governo também conta com o apoio saudita em vários aspectos de sua agenda para o Oriente Médio. “Não gostamos disso. Mas sobre se deveríamos ou não impedir que US$ 110 bilhões sejam gastos nesse país, sabendo que eles têm quatro ou cinco alternativas, duas delas muito boas, isso não seria aceitável para mim."
Em declarações ao jornal Hurriyet, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou que a Turquia não pode silenciar sobre o caso.
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Khashoggi desapareceu no último dia 2 após comparecer ao consulado da Arábia Saudita em Istambul para coletar documentos. Autoridades turcas acreditam que ele foi morto dentro do edifício. "Estamos investigando todos os aspectos do evento. Não é possível para nós ficar em silêncio sobre essa ocorrência, porque não é uma ocorrência comum", afirmou.
"Como é possível que não havia circuito de segurança no consulado?", questionou. Autoridades sauditas afirmam não ter imagens de Khashoggi deixando o edifício.
Segundo o Post, a operação envolvia enviar duas equipes com 15 homens, em dois voos privados, para Istambul, com o objetivo de atrair e deter o jornalista —uma espécie de "rendition", ou seja, quando um alvo é capturado em um país e levado ilegalmente para outro para interrogatório.
Para a Turquia, qualquer que tenha sido o objetivo da operação, Khashoggi foi morto dentro do consulado. Imagens de câmeras de segurança mostram o jornalista entrando no prédio, mas não saindo.
O Post questiona ainda sobre se os EUA souberam de antemão sobre a operação, mas não alertaram o jornalista. Segundo uma diretiva de 2015, agências de inteligência têm o "dever de alerta" pessoas que corram risco de sequestro, ferimentos graves ou morte
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