A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, afirmou ontem, em visita à aliada Coreia do Sul, que o seu país imporá novas sanções unilaterais ao regime de Kim Jong-il com intuito de minar o programa nuclear norte-coreano e "desmotivar outros atos de provocação.
As sanções, disse Hillary em Seul, têm como alvo a venda e compra de armas e materiais relacionados, além da aquisição de itens de luxo, usados para cooptar a elite.
O país também aumentará os esforços para "identificar, pressionar e bloquear negócios com entidades norte-coreanas envolvidas na proliferação nuclear e outras práticas ilícitas no exterior.
Dado o já profundo isolamento norte-coreano, analistas questionam os possíveis efeitos de sanções.
Há alguns anos, foram congeladas as operações do Banco Delta Asia, onde a maioria da elite norte-coreana tinha contas. Mais tarde, o governo de George W. Bush (2001-09) concordou em liberá-las na tentativa de estimular o diálogo nuclear.
O anúncio das sanções foi acompanhado de uma rara visita de Hillary e do secretário da Defesa, Robert Gates, à área desmilitarizada entre as Coreias, de onde se pode ver o território norte-coreano.
Gates disse que, com a visita, queria "enviar um forte sinal ao Norte, à região e a todo o mundo de que o nosso compromisso com a segurança da Coreia do Sul é firme. "Nossa aliança militar nunca foi tão forte e deve ser capaz de deter qualquer potencial agressor, afirmou.
Naufrágio
Esse movimento de pressão sobre o Norte acontece quase quatro meses após o naufrágio do navio Cheonan, que matou 46 sul-coreanos. Seul culpa Pyongyang, que nega qualquer agressão.
Os EUA, porém, têm de pressionar Kim sem irritar a principal aliada dele, a China. Por pressão dos EUA, o Conselho de Segurança da ONU já aprovou uma condenação ao naufrágio, porém, por pressão da China, que é membro permanente, com poder de veto, não mencionou eventuais culpados.
Ontem, em declaração comum, os americanos e seus homólogos sul-coreanos recordaram que "provocações militares irresponsáveis são uma ameaça à frágil estabilidade na região.
Os dois países continuam, tecnicamente, em trégua, e não em paz, desde a Guerra da Coreia, há 60 anos.