Os Estados Unidos enviarão equipamentos para ajudar os bombeiros russos a combater 500 focos de incêndio em todo o país. Ontem, o presidente Barack Obama telefonou para seu colega russo Dmitri Medvedev para expressar suas condolências pelas perdas sofridas pela Rússia.
Fortes chuvas refrescaram a capital russa após semanas de seca e de temperaturas altas, mas dezenas de focos de incêndio florestal continuam a queimar ao redor de Moscou, e um novo incêndio foi registrado nas proximidades do principal centro de pesquisas nucleares do país.
A maior parte da capital Moscou está livre das nuvens sufocantes de fumaça que encobriram a cidade, mas especialistas em clima dizem que a fumaça das florestas pode invadir a cidade ainda hoje se os ventos mudarem de direção.
O Ministério para Situações de Emergência disse que suas equipes conseguiram reduzir a área coberta pelo fogo, mas focos continuam queimando em todo o país, dentre eles 29 ao redor da capital. Segundo o ministério, 14 mil bombeiros combatem os incêndios ao redor de Moscou.
Um novo foco surgiu a leste da principal instalação nuclear do país em Sarov, 480 quilômetros a leste de Moscou. O fogo se espalhou rapidamente, fazendo com que os bombeiros da região pedissem reforços das áreas vizinhas.
No início do mês, grandes incêndios ao redor de Sarov, o local de produção das primeiras armas nucleares soviéticas, fez com que a agência nuclear russa retirasse todo o material explosivo e radioativo do local por precaução. Reforços, como aeronaves e robôs, ajudaram a controlar o fogo.
Sergei Novikov, porta-voz da agência nuclear estatal Rosaton, disse que os materiais explosivos e radioativos retornaram a Sarov depois que o incêndio foi estabilizado e não há necessidade de retirá-los novamente. "Não há ameaça atual ao centro nuclear", disse.
Outro perigo vem dos incêndios em áreas contaminadas pelo acidente nuclear de Chernobyl, ocorrido em 1986, que podem espalhar partículas radioativas no ar e serem dispersadas pelo vento. As autoridades afirmam que todos os incêndios nas regiões afetadas foram rapidamente controlados e que os níveis de radiação continuam normais.
Trigo
O calor, sem precedentes em 130 anos de registros, custou à Rússia mais de um terço de suas plantações de trigo e fez com que o país vetasse as exportações do produto até o final do ano, medida que está elevando os preços do grão no mercado internacional.
Mas os preços domésticos também estão subindo, apesar da proibição de exportações. Em Moscou foi registrado um aumento de 10% nos preços do pão no varejo no final de julho e início de agosto. Hoje, o primeiro-ministro Vladimir Putin reuniu-se com o presidente da agência que supervisiona a existência de monopólios, Igor Artemyev, e pediu a ele que aplique rapidamente punições a quem tenta elevar os preços.
"É melhor eles agirem de acordo com a lei ou enfrentarão multas muito maiores do que os lucros ganhos com a especulação", disse Putin. Artemyev disse que empresas que aumentarem os preços "sem justificativa" poderão ter de pagar multas de até 15% do volume total de vendas em bases anuais.