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O Talibã declarou neste domingo (10) que os Estados Unidos concordaram em fornecer ajuda humanitária ao Afeganistão, mas se recusaram a reconhecer politicamente o novo governo do país.
A declaração veio após o encerramento dos primeiros encontros de alta cúpula (realizados no fim de semana em Doha, no Catar) entre representantes dos Estados Unidos e do Talibã desde que o grupo islâmico retomou o poder no Afeganistão e desde a saída das tropas dos Estados Unidos do país, em agosto.
Em comunicado, o Departamento de Estado Americano apontou que “as discussões foram francas e profissionais” e reiterou que “o Talibã será julgado por suas ações, não apenas por suas palavras”.
O porta-voz político do Talibã, Suhail Shaheen, disse à agência Associated Press que o ministro interino das Relações Exteriores, Amir Khan Muttaqi, garantiu aos Estados Unidos durante as conversas que o grupo está empenhado em evitar que o Afeganistão seja usado por terroristas como base para ataques contra outros países.
No sábado (9), Muttaqi havia declarado que o Talibã falou para os americanos “que a desestabilização do Afeganistão e o enfraquecimento do governo afegão não interessam a ninguém”. No mesmo dia, o Talibã descartou cooperação com os americanos para enfrentamento do Estado Islâmico, dizendo que o grupo que recentemente retomou o poder no Afeganistão tem como lidar com o assunto “de forma independente”.
Na sexta-feira (8), uma explosão numa mesquita frequentada por xiitas na cidade de Kunduz, capital da província de mesmo nome no norte do Afeganistão, deixou dezenas de pessoas mortas e feridas. O ataque foi reivindicado pelo Estado Islâmico Khorasan.