O ministro de Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, disse ontem que seu país está pronto para chegar a um acordo sobre o programa nuclear iraniano durante as conversas que ocorrerão hoje em Genebra, durante a segunda rodada de negociações entre o governo do Irã e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Zarif, que concedeu uma série de entrevistas à imprensa francesa durante uma visita de dois dias a Paris, não ofereceu detalhes sobre como um acordo poderia ser alcançado.
Uma graduada fonte diplomática norte-americana disse que Washington oferecerá hoje ao Irã a suspensão parcial das sanções econômicas em troca da imediata desaceleração do programa atômico iraniano. Trata-se de "um alívio muito limitado e temporário das sanções, o qual é reversível", observou a fonte.
A viagem do chanceler iraniano tem o objetivo de reduzir as pressões de países como França e EUA, que continuam cautelosos em relação à disposição de Teerã para fornecer garantias concretas de que seu programa nuclear não será usado para fins militares. Hoje, Zarif vai se reunir com negociadores dos EUA, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha para discutir o programa nuclear iraniano. "Nós podemos concluir isso esta semana em Genebra", disse o ministro ao jornal Le Monde, em entrevista publicada ontem. "Se não for esse o caso, não é um desastre desde que façamos progressos."
Objetivo
As lideranças mundiais que participam das negociações sobre o Irã buscam chegar a um acordo que congele o programa nuclear iraniano em troca de algum alívio nas sanções econômicas que vêm castigando o país. Em particular, os líderes ocidentais pretendem convencer o governo iraniano a parar de enriquecer urânio em quantidades suficientes para produzir uma arma nuclear. Entretanto, Teerã insiste que o programa nuclear do país, incluindo o enriquecimento de urânio, é para uso civil.