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Rouhani, que acenou com uma solução diplomática para o Irã em viagem a Nova York | Keith Bedford/Reuters
Rouhani, que acenou com uma solução diplomática para o Irã em viagem a Nova York| Foto: Keith Bedford/Reuters

Entrevista

"Ocidente deve parar de impor suas soluções", diz chanceler iraniano

Qualquer plano para flexibilizar as sanções contra o Irã provavelmente encontrará firme oposição de Israel, que defende que o Irã está apenas a poucos meses de desenvolver uma arma nuclear.

Questionado se o governo de Teerã estaria pronto a entregar seu estoque de urânio enriquecido em troca de um acordo, o ministro de Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, respondeu ao jornal Le Monde que "o Ocidente deve parar de impor suas soluções". "Vamos buscar soluções mutuamente aceitáveis que mantenham o programa iraniano mais transparente possível e ajudem a mantê-lo pacífico", afirmou.

Ele também destacou que uma atmosfera de desconfiança entre Teerã e o Ocidente contaminou esforços diplomáticos anteriores. "Nós já definimos qual é o objetivo comum, da nossa perspectiva: um projeto nuclear iraniano, incluindo enriquecimento de urânio, que continue exclusivamente pacífico", disse Zarif.

O ministro de Relações Exteriores do Irã, Mohammad Javad Zarif, disse ontem que seu país está pronto para chegar a um acordo sobre o programa nuclear iraniano durante as conversas que ocorrerão hoje em Genebra, durante a segunda rodada de negociações entre o governo do Irã e os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Zarif, que concedeu uma série de entrevistas à imprensa francesa durante uma visita de dois dias a Paris, não ofereceu detalhes sobre como um acordo poderia ser alcançado.

Uma graduada fonte diplomática norte-americana disse que Washington oferecerá hoje ao Irã a suspensão parcial das sanções econômicas em troca da imediata desaceleração do programa atômico iraniano. Trata-se de "um alívio muito limitado e temporário das sanções, o qual é reversível", observou a fonte.

A viagem do chanceler iraniano tem o objetivo de reduzir as pressões de países como França e EUA, que continuam cautelosos em relação à disposição de Teerã para fornecer garantias concretas de que seu programa nuclear não será usado para fins militares. Hoje, Zarif vai se reunir com negociadores dos EUA, Rússia, China, Reino Unido, França e Alemanha para discutir o programa nuclear iraniano. "Nós podemos concluir isso esta semana em Genebra", disse o ministro ao jornal Le Monde, em entrevista publicada ontem. "Se não for esse o caso, não é um desastre desde que façamos progressos."

Objetivo

As lideranças mundiais que participam das negociações sobre o Irã buscam chegar a um acordo que congele o programa nuclear iraniano em troca de algum alívio nas sanções econômicas que vêm castigando o país. Em particular, os líderes ocidentais pretendem convencer o governo iraniano a parar de enriquecer urânio em quantidades suficientes para produzir uma arma nuclear. Entretanto, Teerã insiste que o programa nuclear do país, incluindo o enriquecimento de urânio, é para uso civil.

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