O secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, anunciou na terça-feira planos para reformular regras da época da Guerra Fria para a exportação de tecnologia e equipamentos militares, alegando que elas podem ameaçar a segurança nacional, prejudicar as indústrias bélicas e causar atritos com aliados.

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As medidas têm apoio das empresas, mas devem enfrentar resistência no Congresso. Para Gates, o atual marco regulatório do setor é "um amálgama bizantino de autoridades, papéis e missões".

"O sistema da América, velho de décadas, burocraticamente labiríntico, não serve às nossas necessidades ou interesses econômicos do século 21", disse ele a executivos em Washington.

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"Está claro que as nossas atuais limitações nessa área abalam nossa capacidade de trabalhar com e por meio de parceiros para confrontar ameaças e desafios compartilhados - do terrorismo aos Estados párias e às potências ascendentes", acrescentou.

Ele disse que no novo sistema "muros mais altos serão erguidos em torno de menos itens, porém mais críticos", e que haverá uma só lista de controle de exportações, uma só agência licenciadora e uma só agência fiscalizadora.

Gates acrescentou que o governo Obama vai começar a preparar as reformas nos próximos meses, e "adoraria" aprová-las ainda neste ano. "Precisamos de um sistema que dispense 95 por cento dos casos 'fáceis' e nos permita concentrar nossos recursos nos restantes 5 por cento", afirmou.

Tentativas anteriores de promover essa reforma focavam não na segurança nacional, e sim nos interesses econômicos. Um estudo do Instituto Milken para a Associação Nacional das Indústrias estimou que a modernização dos controles de exportação poderia agregar 64 bilhões de dólares ao PIB nacional, criando 160 mil empregos industriais.

Executivos elogiaram a iniciativa, mas questionaram se Gates não estava prometendo muito em muito pouco tempo, já que o Congresso tem pela frente uma pauta abarrotada, que inclui a reforma da regulamentação financeira.

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Muitos parlamentares relutam em relaxar os controles sobre tecnologias desejadas por adversários dos EUA. Mas a reação inicial de republicanos e democratas foi positiva, ainda que cautelosa.

"Precisamos assegurar que isso resulte em uma maior proteção e monitoramento de importantes itens e tecnologias de defesa", disse Howard McKeon, líder da oposição republicana na Comissão de Serviços Armados do Congresso.

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