O principal negociador dos Estados Unidos com a Coréia do Norte disse na quinta-feira que há razão para acreditar que as negociações para o fim das ambições nucleares norte-coreanas podem avançar quando forem retomadas, na próxima semana, mas alertou que tampouco há garantias de que isso vai acontecer.

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Antes de embarcar para Seul, Tóquio e Pequim, onde as negociações serão retomadas no dia 8, o secretário-assistente de Estado Christopher Hill disse esperar um ``começo substancial'' rumo a desnuclearização da península coreana.

``Acreditamos ter uma base para fazer progressos nesta rodada'', disse Hill. Mas ele rapidamente lembrou que achava a mesma coisa antes da rodada de dezembro, que fracassou.

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As negociações incluem EUA, China, Japão, Rússia e as duas Coréias. O objetivo é convencer a Coréia do Norte a abandonar suas armas nucleares em troca de incentivos políticos e econômicos.

A atividade diplomática recente, incluindo uma rara reunião bilateral entre norte-americanos e norte-coreanos, em Berlim, alimentou expectativas de um acordo que leve à implementação da declaração conjunta de setembro de 2005 pela qual Pyongyang se comprometia em principio com a desnuclearização. ''O que esperamos é implementar um primeiro conjunto de medidas'', disse Hill sem detalhar quais seriam os primeiros passos.

``Tivemos algumas discussões consideráveis sobre alguns desses elementos, e com base nessas discussões acredito que possamos esperar algum progresso nisso, mas estou muito ciente do fato de que esperei progresso em dezembro e ele não aconteceu'', declarou o diplomata.

``Não vamos alcançar a plena desnuclearização em fevereiro, mas esperamos fazer um começo substancial nisso. Quanto a termos sucesso, o tempo dirá,'' afirmou.

As negociações de dezembro resultaram em impasse devido às queixas norte-coreanas contra restrições financeiras dos EUA, numa retaliação a supostos crimes de falsificação e lavagem de dinheiro do regime norte-coreano, que teve 24 milhões de dólares congelados num banco de Macau.

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Reuniões paralelas bilaterais exclusivamente sobre a questão financeira terminaram na quarta-feira sem sinais de uma resolução, embora Hill tenha dito que foram ``boas discussões''.

Hill viaja na sexta-feira para Seul, ruma na segunda-feira para Tóquio e na quarta chega a Pequim, onde as negociações devem começar na quinta-feira à tarde (madrugada no Brasil).