Os Estados Unidos proibiram, nesta segunda-feira, que instituições do país realizem qualquer negociação com o Banco Central da Rússia e congelaram todos os ativos em dólares dessa instituição.
A medida, anunciada antes da abertura dos mercados nos EUA e que tem efeito imediato, impede o regulador russo de acessar suas reservas em dólares no mundo e proíbe qualquer instituição financeira ou empresa americana de fazer transações ou operações com ele.
A Rússia respondeu que "tem potencial suficiente" para enfrentar as sanções adotadas contra o país, por meio do porta-voz do governo, Dmitry Peskov. "São sanções duras, causam problema, mas a Rússia tem potencial suficiente para compensar os danos que estão causando", disse.
O representante do Kremlin garantiu que, no momento, são importantes "as ações para minimizar as consequências" e que é preciso deixar de lado as "avaliações emotivas". "Não temos tido motivos para duvidar da eficácia e da confiabilidade do nosso Banco Central, também não temos agora", afirmou o porta-voz do Kremlin.
O Banco Central russo elevou, a partir desta segunda, a taxa de juros de 9,5% para 20%, com o objetivo de respaldar a estabilidade financeira e proteger as reservas da população.
Após constatar "mudanças nas condições externas", o regulador indicou, em comunicado, que as futuras decisões sobre a taxa de juros serão adotadas "depois de se avaliarem os riscos das condições internas e externas, assim como as reações nos mercados financeiros".
O rublo despencou quase 30% no mercado Forex em relação ao dólar e ao euro, após o anúncio de corte alguns bancos russos do sistema de comunicações interbancário internacional Swift e a paralisação, por parte da União Europeia, das transações com o Banco Central russo.
O jornal especializado em finanças RBK publicou nesta segunda-feira que o Banco Central da Rússia adotou uma série de medidas para garantir a estabilidade financeira dos bancos sancionados, como a liberação das reservas de capital acumuladas no valor total de 733 bilhões de rublos (R$ 45,5 bilhões), para empréstimos de consumo e hipotecas.
O Ministério das Finanças russo, por sua vez, anunciou que, junto ao Banco Central, propôs a venda obrigatória de 80% das divisas que recebem os residentes no país, por razão das exportações, medida que o governo adotará hoje.
Peskov anunciou que Putin se reunirá ainda na segunda com o primeiro-ministro da Rússia, Mikhail Mishustin, com a presidente do Banco Central, Elvira Nabiullina, e outros integrantes da cúpula da ala financeira do governo, para analisar a situação criada pelas sanções.
O porta-voz acrescentou que, durante muito tempo, o país se preparou para as possíveis penalidades, inclusive, "as mais duras", como as que sofre agora. "Há planos de reação. Foram preparados, e agora, são aplicadas na medida em que os problemas se apresentam", concluiu Peskov.
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