O Pentágono calcula que a Rússia enviou cerca de 20 mil soldados à península ucraniana da Crimeia, e segue enviando militares à região, por isso os americanos vigiam os movimentos dos russos.
O porta-voz do Departamento de Defesa americano, o contra-almirante John Kirby, disse ontem que o Kremlin enviou mais tropas à Crimeia nos últimos dias até chegar a 20 mil soldados, segundo as melhores estimativas.
O número se encontra abaixo dos 30 mil que denunciaram recentemente as autoridades de Kiev.
Segundo Kirby, nos últimos dias a Rússia enviou "milhares de tropas" à Crimeia, região que a inteligência americana vigia de perto para antecipar qualquer movimento ordenado desde Moscou.
Ação
O porta-voz assegurou que o Pentágono "não está tão preocupado com o número de tropas, mas sim com o que estão fazendo", e deu exemplos de como o bloqueio de bases navais e o afundamento de embarcações de patrulha para evitar que as forças ucranianas tomem o controle da região autônoma.
Além disso, Kirby confirmou que ontem o secretário de Defesa dos EUA, Chuck Hagel, falou por telefone com o ministro interino de Defesa da Ucrânia, Oleksandr Turchynov, para transmitir o apoio dos EUA e agradecer a contenção exercida para evitar uma escalada que acabe em um choque armado.
Hagel reafirmou o compromisso da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de fazer a defesa dentro de sua zona de influência, o que beneficia a Ucrânia.
O chefe do Pentágono falou de cooperar com a Ucrânia em assuntos humanitários e outros assuntos de Defesa, algo que Hagel confiou seja para "longo prazo".
Em plena tensão com a Rússia pela crise da Crimeia, os EUA mobilizaram caças e outras aeronaves na missão de vigilância da Otan no Báltico e aumentaram as manobras conjuntas na Polônia.
Além disso, o destróier de mísseis guiados USS Truxtun ingressou ontem no Mar Negro como parte de manobras rotineiras, mas que coincidem com o delicado momento na região.
Pressão
Uma mudança do preço do gás faz parte de uma nova pressão da Rússia sobre o governo interino da Ucrânia. Os dois disputam a região autônoma da Crimeia. Esta pertence à Ucrânia, mas tem uma parcela grande de sua população que é de etnia russa. Um referendo com o habitantes da Crimeia está marcado para o dia 16.