Monumentos turísticos do país correm o risco de fechar

Da Estátua da Liberdade ao Grand Canyon do Colorado, passando pela prisão de Alcatraz, centenas de sítios turísticos norte-americanos correm o risco de fechar suas portas a partir de amanhã caso o Congresso não vote hoje o orçamento federal de 2011.

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Opinião: Por que pagar o Congresso?

Nicholas D. Kristof, colunista do jornal The New York Times

Se os EUA caírem de um penhasco hoje e o governo americano decidir entrar em inatividade, os esforçados servidores federais não irão mais receber seus salários, mas os membros do Congresso, responsáveis pela eventual paralisação, continuarão a receber seus vencimentos normalmente.

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Emissão de vistos será afetada

O Departamento de Estado norte-americano informou ontem que vai fornecer apenas vistos de emergência caso o governo fique paralisado por causa da indefinição sobre o orçamento.

"No caso de uma paralisação, o departamento vai fornecer apenas um limitado número de vistos emergenciais", disse o porta-voz Mark Toner aos jornalistas.

Como exemplo, ele citou o caso de pessoas que tenham parentes nos Estados Unidos que estejam seriamente doentes ou que enfrentem outro tipo de emergência.

"Todos esses são casos que experientes funcionários consulares no exterior podem avaliar e julgar", disse Toner.

"E, no caso de termos de cancelar entrevistas para vistos, faremos todos os esforços para notificar os solicitantes o mais rápido possível", afirmou ele.

"Nós aconselhamos os solicitantes de vistos que verifiquem nosso site, o travel.state.gov, antes de comparecer às suas en­­trevistas agendadas."

Toner afirmou que cidadãos norte-americanos que vivem ou estejam viajando no exterior também terão acesso aos serviços de emergência, caso precisem substituir um passaporte perdido ou roubado.

Porém, disse ele, "continuamos esperançosos que o Congres­­so vá chegar a uma solução".

Agência Estado

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Numa corrida contra o relógio, o presidente dos EUA, Barack Obama, fez três reuniões ontem com líderes do Congresso, mas não conseguiu um acordo para aprovar o Orçamento de 2011. A decisão ficou para hoje, último dia para evitar que o governo federal interrompa serviços básicos a partir de amanhã, por falta de financiamento.

O ano fiscal de 2011, que se iniciou em outubro do ano passado, vem sendo até agora financiado por leis temporárias. Até às 22 h de ontem não havia acordo no Legislativo para renovar os gastos, que só estão autorizados até hoje.

Se houver o que nos EUA é chamado de "fechamento'' do governo, cerca de 800 mil funcionários federais deverão ficar em casa sem salário até que haja acordo. Parques, bibliotecas e mu­­seus serão fechados. Em Wa­­shington, até a coleta de lixo está ameaçada.

Republicanos insistem em corte de US$ 39 bilhões, enquanto democratas aceitam eliminar US$ 34,5 bilhões.

Republicanos da Câmara propuseram mais uma lei temporária para financiar o governo por uma semana, mas Obama disse que a vetaria. No Senado, democratas (que são maioria) afirmaram que não a aprovariam, com o argumento de que é apenas uma manobra.

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Além das cifras de cortes, os dois lados têm disputas ideológicas, com discordâncias sobre fundos para programas que li­­dam com aborto e regulamentações de qualidade do ar.

Obama e o vice-presidente Joe Biden receberam pela manhã o titular republicano da Câmara, John Boehner, e o chefe da maioria democrata no Senado, Harry Reid, para tentar alcançar um acordo.

Sem acerto

As reuniões na Casa Branca se sucederam sem, no entanto, ob­­ter sucesso. "Não há acordos so­­bre as cifras, não há acordos so­­bre as questões políticas", disse Boehner aos jornalistas ao sair da reunião de 90 minutos. Por sua vez, Reid advertiu sobre as consequências de uma paralisia governamental caso não se chegue a um acordo.

Reid já havia manifestado seu pessimismo antes da reunião, e disse que o país parece dirigir-se para esse cenário. "Não podemos resolver em uma noite desacordos que existem há quatro décadas", disse.

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Reid disse também que os republicanos serão responsáveis caso "este governo paralisar". Mas os republicanos se defenderam, afirmando que seu objetivo não é fechar os serviços administrativos, mas reduzir gastos.