Apoiadores de Trump celebram a vitória do Partido Republicano| Foto: CHIP SOMODEVILLA/AFP

Os eufóricos seguidores de Donald Trump formavam na madrugada desta quarta-feira (9) uma maré barulhenta na sede da campanha do candidato republicano à Casa Branca, em Nova York, que gritava em uníssono “USA” enquanto esperava a aparição de seu herói.

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“Estamos muito emocionados”, contou à AFP Aliza Romanoff, uma mulher de Long Island cuja família conhece o magnata do setor imobiliário há anos. Junto ao seu marido e aos seus pais, celebrava antecipadamente a vitória diante dos resultados favoráveis conquistados pelo aspirante conservador.

A “festa da vitória” que a campanha de Trump organizou em um hotel de Manhattan começou a meio gás, na expectativa, mas otimista diante do que se depararia no decorrer da noite.

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Mas à medida que os resultados foram sendo divulgados, estado por estado, a alegria invadiu os partidários republicanos.

O número de curiosos cresceu com o passar das horas e a euforia encontrou seu lugar – ajudada pelos litros de álcool consumidos –à espera da notícia mais aguardada: a vitória após uma disputa acirrada e uma campanha esgotadora.

“É incrível. Não sabia que Trump conseguiria”, explicou Glenn Ruti, um nova-iorquino de 54 anos que trabalha no setor das telecomunicações, antes do anúncio oficial da vitória.

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O candidato republicano começou ganhando em Ohio, Flórida, Carolina do Norte e Iowa, alguns dos estados-chave que decidiram esta eleição.

Com a conquista de cada estado, a audiência vibrava, gritava, aplaudia e agitava seus cartazes.

“Ganhará e minha vida mudará para sempre”, afirmou um partidário enquanto falava por telefone, visivelmente incrédulo.

Os garçons, vestidos impecavelmente com terno preto, se apressavam em repor as garrafas vazias. A festa pode ser muito longa.

“Definitivamente estamos surpresos. Acreditamos que será uma disputa muito acirrada”, disse Romanoff durante a apuração. “Mas estamos felizes”, disse.

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Silêncio do outro lado

A festa acabou antes da hora na sede democrata, depois que o chefe de campanha de Hillary Clinton anunciou de surpresa que a candidata não falaria com seus simpatizantes.

“Ainda estão contando votos, e cada voto conta. Não teremos nada a dizer nesta noite. Então ouçam-me: todos devem ir para casa agora, dormir. Teremos mais a dizer amanhã”, declarou John Podesta.

Antes de receber esta notícia inesperada, os ânimos já estavam abalados diante dos resultados ruins colhidos em alguns campos de batalha chave.

“É surreal”, comentou uma funcionária do governo, que se identificou apenas com o nome de Margarita.

“Nossas vidas não estarão seguras se Trump se tornar o novo presidente do país”, afirmou com pesar.

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Evelyn Stengel reconheceu que o eleitorado democrata sabia de antemão que estas seriam eleições muito apertadas. “Mas não tão apertadas”, disse.

A declaração de Podesta teve um efeito imediato. As televisões mostraram os partidários de Hillary abandonando o local onde esperavam para comemorar a vitória histórica, a da primeira mulher que chega à presidência dos Estados Unidos.

Anabel Evora não é religiosa, mas buscou alguma fé para que as projeções dessem boas notícias ao campo democrata. “Precisamos de um milagre. Estou triste. Estou prestes a chorar”, reconheceu.