O Parlamento Europeu expediu nesta terça-feira (27) sanções para dois de seus membros, acusados de má conduta pelos líderes da Assembleia. Segundo declaração oficial dos membros do gabinete parlamentar (que inclui o presidente e catorze vices), ambos estão suspensos de todas as atividades do corpo parlamentar por dez dias consecutivos, por terem feito demonstrações nazistas durante as sessões plenárias.

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Tanto o polonês Janusz Korwin-Mikke quanto o italiano Gianluca Buonanno, acusados por casos independentes, terão também que pagar multa de 3.060 euros.

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Buonanno, membro da direitista Liga Norte da Itália e do grupo Europa das Nações e da Liberdade, recebeu a medida disciplinar por dois incidentes durante as sessões do plenário no início do mês. No dia 7 de outubro, segundo os líderes do Parlamento, ele vestia uma camisa estampada com a imagem da chanceler Angela Merkel “combinada a elementos de Adolf Hitler”.

De acordo com a declaração, no dia seguinte, durante um debate com Merkel e com o presidente francês François Hollande, Buonanno estava com um “bigode falso que evocava Hitler e fez uma saudação nazista”.

Conhecido por esses ultrajes nas sessões parlamentares, durante o discurso do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, no início de setembro, Buonanno se aproximou do palco usando uma máscara de Merkel.

Já Korwin-Mikke, que não é membro de nenhum partido do Parlamento, foi suspenso por comentários feitos durante plenário em julho, em que ele teria erguido o braço em saudação nazista e dito “dessa vez em Reich, em povo e em bilhete”, em protesto contra o bilhete único de transporte para a União Europeia. Ele também teria se referido aos imigrantes como “lixo humano”, em debate no dia 8 de setembro.

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As suspensões foram emitidas imediatamente e vão até o dia 11 de novembro. Ainda segundo o texto da declaração, “em ambos os casos, não é a primeira vez que esses incidentes acontecem”. Em resposta à decisão, Buonanno se defendeu seu tom.

“Criticar a Alemanha ou Merkel no Parlamento Europeu parece ser lesa majestade. Sátira não existe aí, e essas pessoas não sabem o que a sátira é. Há um nazismo econômico e político”, disse.

Korwin-Mikke não se pronunciou a respeito. Segundo um funcionário do Parlamento, a reunião da noite de segunda-feira foi tomada por uma série de discursos sobre os incidentes em apoio às sanções.