Madri A ajuda européia era organizada ontem para lutar contra uma onda de incêndios em florestas na Espanha, enquanto que o fogo assolava também Portugal e Grécia, em razão de um verão de seca excepcional, mas também pela ação de incendiários.
Cerca de 70 incêndios, dos quais 17 estavam fora de controle, foram registrados na Galícia (noroeste da Espanha), onde uma onda de incêndios provocados deixou três mortos na última semana. Mais de 10 mil hectares já foram queimados, o dobro da estimativa feita na véspera.
O chefe do governo, José Luis Rodríguez Zapatero, interrompeu suas férias em Lanzarote (Canárias) para ir aos lugares mais afetados. Mais de 1,2 mil militares foram mobilizados, principalmente para coordenar as evacuações e dissuadir a ação dos incendiários. Um total de 53 aviões, 450 veículos e 6,5 mil agentes anti-incêndio estão atuando, mas "a situação piorou", de acordo com a ministra espanhola do Meio Ambiente, Cristina Narbona, que fala de "terrorismo florestal".
Em resposta a solicitações espanholas, a França enviou dois de seus onze aviões usados para despejar água em incêndios, a Itália forneceu dois hidroaviões e Portugal mandou 60 bombeiros e 19 veículos. Portugal, que recebeu de Madri dois aviões durante a temporada de incêndios de 2005, tem "o dever de solidariedade para com a Espanha", declarou o ministro português do Interior, Antônio Costale.
Os portugueses também têm sofrido com incêndios desde a semana passada. O fogo começou na segunda-feira no maciço de Ossa, próximo da cidade de Estremoz (sul do país). Controlado na terça-feira, voltou a ser registrado à noite e ontem era considerado novamente sob controle, após ter devastado cerca de 4 mil hectares de florestas de eucaliptos. Onze outros focos foram registrados no norte e no centro de Portugal, oito dos quais continuavam fora de controle ontem. O nível de alerta máximo, em vigor desde a semana passada, será mantido até a sexta-feira devido ao calor e aos fortes ventos. É o mesmo drama da Grécia, que mantém 300 bombeiros mobilizados.